As minas de ouro de Morro da Gloria, Greenstone Belt Rio das Velhas, Quadrilatero Ferrifero, MG : analise estrutural e metalotectos / The Morro da Gloria gold mines, Rio das Velhas Greenstone Belt, Quadrilatero Ferrifero, MG - structural analysis and metalotecs

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A área mineralizada a ouro de Morro da Glória, centro-norte do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, contém depósitos hospedados na sequência vulcano-sedimentar do Greenstone Belt Rio das Velhas. Estes depósitos são controlados por estruturas e condições químicas influenciadas pela formação ferrífera bandada (FFB), identificadas em mapeamento geológico de superficie na escala 1: 4000 e em análises petrográficas e de petrotexturas. A FFB está intercalada em meta-basaltos do Grupo Nova Lima, e ambos estão alterados hidrotermalmente. A sericitização é o mais importante processo de alteração e foi principalmente desenvolvido no contato de quartzo-sericita xisto com FFB da Serra do Vum Vum. Nas outras ocorrências de FFB no centro e sul da área, entretanto, a c1oritização é dominante. A carbonatação é sempre subordinada, como um estágio intermediário entre as porções c1oritizada e sericitizada. Estas transformações estão associadas à sulfetação e à mineralização aurífera, assim como ao comportamento estrutural dos litotipos durante os principais eventos deformacionais. Três fases deformacionais são propostas para explicar a evolução estrutural. Uma fase D1, caracterizada por dobras isoc1inais de flanco invertido, com eixos de atitude média 90/37, como parte de zona de cisalhamento dúctil vergente para NNW, no contexto geológico regional. Uma fase O2, caracterizada por dobras desarmônicas, parasíticas, cilíndricas ou suaves, que evidenciam cisalhamento puro confirmado pela orientação de eixo-c de grãos de quartzo de veios recristalizados em O2. A c1ivagem de fratura plano-axial S2 indica deformação sob regime dúctil-rúptil. A fase D3 é evidenciada por falhas inversas com vergência para NW. A entrada de fluidos mineralizantes teria ocorrido durante a fase DI, quando os condutos foram criados como estruturas geradas durante o cisalhamento, na forma de aberturas tensionais, que permitem a passagem de fluidos, os quais reagem com as rochas hospedeiras. Na paragênese do minério predomina a pirita. À medida que a deformação progrediu, os veios e os próprios corpos mineralizados foram paralelizados, estirados e acomodaram a foliação SI. A rotação do pacote de FFB, como um corpo mais rígido, envolvido por basaltos hidrotermalizados, agora transformados em assembléias de xistos, formou a dobra principal que forma a Serra do Vum Vum. Essa rotação leva ao aparecimento de nova estrutura planar, representada pela clivagem de fratura S2 e novas aberturas tensionais. Estas são ocupadas por fluidos, que ainda não deixaram de circular, mas que podem ter natureza um pouco distinta, mais ricos em Cu e Au. O minério é agora formado por abertura na pirita preenchida por calcopirita e ouro (minério de pirita-calcopirita-ouro). No final dos eventos de deformação as estruturas S3 foram formadas, em nível crustal mais superficial e seccionaram os corpos mineralizados. análise das estruturas geológicas feita na área mineralizada do Morro da Glória, em particular, de controles estrutural e químico, ou metalotectos, mostrou o quanto essencial é a FFB para a criação de permeabilidade estrutural, para reações de sulfetação e, juntamente, para precipitação de ouro. Este modelo de redobramento da FFB é muito importante para delinear, em superficie e sub-superfície, a geometria da FFB, hospedeira da mineralização, que é aplicável em prospecção aurífera nessa área e também na exploração regional. O mapeamento de corredores com foliação S: predominante pode direcionar descoberta de zonas de concentração preferencial de ouro durante a fase deformacional D2

ASSUNTO(S)

greenstone belts structural geology geologia estrutural

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