As metaimagens na televisão contemporânea: Rede Globo, MTV e suas vinhetas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo específico desta tese é comprovar que as metaimagens televisivas continuam mantendo o seu poder de interrupção, podendo separar ou conectar o fluxo televisivo. Na televisão, as metaimagens podem ser encontradas prioritariamente nos intervalos, em comerciais e vinhetas institucionais. São nas metaimagens presentes nos intervalos dos programas, que se encontram uma grande variedade de imagens, justamente por não se subordinarem, necessariamente, a um texto narrativo, libertando a imagem da dependência da palavra. Não são as metaimagens, portanto, apenas ornamentos ou imagens periféricas no fluxo, mas imagens centrais que muito podem contribuir com uma teoria da televisão e teoria da imagem. Propõe-se aqui adentrar em um rico espaço de investigação, alternativo às análises de conteúdo das emissões, ou ainda, da transmissão em direto. Para tanto se faz uma análise das metaimagens televisivas, suas diferenças e como elas se relacionam com o fluxo e as emissões. A tese toma como base textos de John Fiske, John Thornton Caldwell, Umberto Eco, Thomas Mitchell, Francesco Cassetti e Roger Odin e Oliver Fahle, entre outros autores, para a fundamentação teórica. Para tanto é importante repensar os conceitos de paleo e de neo-televisão, propostos por Eco. Mais do que períodos da história televisiva, são eles também formas do espectador se relacionar com a televisão. Na televisão atual existem programas com formatos antigos de uma televisão clássica, convivendo com formatos novos de uma televisão moderna. A neotelevisão não foi uma ruptura mas sim um processo de mudança que absorveu algumas características da paleo-televisão. Quando existe uma atenção do espectador, específica para um determinado programa que o motiva a estar diante da televisão, se resgata uma postura paleo-televisiva na qual se está atento prioritariamente ao programa e não ao fluxo. Nesses casos as metaimagens ainda teriam valor de interrupção para o espectador. Quando, por outro lado, se está diante do fluxo, fazendo uma leitura transversal às emissões, eventualmente zapeando, pode-se dizer que o espectador assume uma postura neo-televisiva em que prioriza o contato com o fluxo e não a busca pelo conteúdo da emissão. Desse modo, as etaimagens seriam indistintas das outras imagens no fluxo e não teriam mais, nesses casos, o seu poder de interrupção. Partindo da ideia que a forma de ver televisão não é sempre transversal e em fluxo, comprovamos que as metaimagens, dependendo da postura que o espectador tenha diante da televisão, continua mantendo o seu valor de interrupção. Comerciais e vinhetas institucionais, contudo, têm valores diferentes nesse espaço, conforme observado através de sua análise e decupagem no decorrer da tese. O interesse recai sobre as vinhetas institucionais pela amplitude de possibilidades que elas, sozinhas, oferecem. Elas podem ser desde uma narrativa fechada, conforme encontrado em determinadas vinhetas da MTV, com uma poética pós-moderna que agrega todas as variáveis; até ser uma não-narrativa, como a maior parte das vinhetas institucionais da Rede Globo de Televisão. As vinhetas denotam a passagem e a transformação entre a paleo e neo-televisão, ainda que não seja possível perceber um momento preciso dessa mudança. Por fim, o trabalho tem como objetivo mais amplo, inserir as vinhetas e a transformação da imagem televisiva, em especial das metaimagens, no percurso de transformação da própria imagem: a televisão, como importante meio de comunicação audiovisual na contemporaneidade, não pode ser preterida nas discussões que contemplem estudos acerca de teorias da imagem.

ASSUNTO(S)

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