As inter-relações entre pobreza, desigualdade e crescimento nas mesorregiões mineiras, 1970-2000

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A partir do enfoque monetário, a dissertação investiga as inter-relações entre pobreza, desigualdade e crescimento nas 12 mesorregiões mineiras, no período 1970-2000. Em específico, examina-se como a pobreza respondeu a seus macro-determinantes imediatos, crescimento (renda média) e desigualdade de renda. Além disso, é examinada a qualidade do crescimento econômico mineiro, se tem sido ou não pró-pobre. E, por fim, dada a conformação espacial heterogênea da pobreza mesorregional, em 2000, investiga-se as razões para tal padrão, se atribuído à diferença de renda média ou a padrões distintos de concentração de renda. Para tanto, são utilizadas informações dos Censos Demográficos Brasileiros de 1970, 1980, 1991 e 2000, por meio da compatibilização da malha municipal dos Censos, realizada por Chein (2006) e posterior agregação na divisão mesorregional de 2000. Como estratégia empírica, são realizadas decomposições da variação da pobreza mesorregional, temporal e seccionalmente-Decomposição de Shapley e estimado o Índice de Crescimento Pró-Pobre de Kakwani e Pernia (2000). Em linhas gerais, verifica-se que, para o período como um todo 1970-2000, assim como para os sub-períodos 1970-1980, 1980-1991 e 1991-2000, a contribuição da variação da renda média foi fator majoritariamente responsável pela queda da proporção de pobres e extremamente pobres, na primeira e na última década, e pelo aumento na década intermediária. Os resultados das decomposições são extremamente sensíveis ao indicador de pobreza utilizado. Utilizando o Hiato de Pobreza e a Severidade da Pobreza, o componente redistribuição passa a responder por uma maior parte da variação na pobreza (e na extrema pobreza). Todavia, a melhora ou piora na concentração da renda continua relativamente menos importante na explicação da variação da pobreza nas mesorregiões historicamente mais pobres e de menor renda média (Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas), em relação as mesorregiões da parte sul do estado. Na década de 1970, o crescimento foi estritamente pró-pobre em Minas Gerais e em todas as mesorregiões e, na década de 1980, a recessão foi pró-rico. Na década de 1990, o crescimento afetou os pobres de maneira diversa entre as mesorregiões, sendo menos pró-pobre do que no período do Milagre. Para a extrema pobreza, foi até mesmo empobrecedor. Por fim, a decomposição espacial da pobreza mesorregional, para 2000, mostra que, para as mesorregiões com níveis de pobreza superiores a média do estado de Minas Gerais, a diferença de pobreza é atribuída majoritariamente à menor renda média destas áreas.

ASSUNTO(S)

renda distribuição minas gerais 1970-2000 teses. pobreza minas gerais 1970-2000 teses. desenvolvimento econômico 1970-2000 teses minas gerais condições econômicas 1970-2000 teses.

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