As diásporas chinesas e o Brasil: a comunidade sino-brasileira em São Paulo / Chinese diasporas and Brazil: the sino-brazilian community in São Paulo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A pesquisa objetiva apreender a diáspora chinesa, mais especificamente no Brasil. Além disso, analisar quais as transformações que esta imigração promove na sociedade brasileira. Calcula-se haver cerca de 35 milhões de chineses ultramarinos vivendo em quase 150 países. O Brasil é o lar de cerca de 200.000. Assim, visa-se identificar os fatores de expulsão de população na China, destacando-se a sua multiplicidade cultural, divergências políticas, além de compreender os fatores de atração de populações de diversas partes do mundo entre nós. Isto, além de permitir uma melhor visualização dos processos de deslocamento populacional, da política econômica e da globalização, permite identificar relações deste quadro mundial com a conformação da sociedade brasileira. Ao mesmo tempo que define a complexidade da identidade nesta sociedade. Descrevendo-se que, por razões históricas, há permanente contato entre Brasil e China, levantam-se três hipóteses básicas: 1) A China apresenta internamente fatores econômicos, políticos, além de culturais e demográficos, que expulsam parte de sua população; 2) O Brasil, pelo desenvolvimento de seu mercado, torna-se um polo de atração de populações do mundo, inclusive a chinesa; 3) Pensar a diáspora dos chineses e sua presença em São Paulo leva a visualizar o encontro entre Leste e Oeste, bem como a redefinição da cultura chinesa entre os chineses do Brasil. Por sua vez, com a nova influência. a sociedade brasileira também se modifica,. A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica histórica e teórica, além de documental (dados estatísticos secundários, como os do IBGE, e outros) e informações da imprensa escrita. Outrossim foram consultados os arquivos do Museu da Imigração (de 1997 a 2003) contendo depoimentos de chineses no Brasil. Ademais, realizamos cinco entrevistas em profundidade com imigrantes chineses em São Paulo, em 2006. Tomou-se o cuidado para que o perfil dos entrevistados fosse diversificado em termos de origem, procurando-se refletir, mesmo precariamente, a multiplicidade existente na diáspora. Os entrevistados falam sobre os temas listados nas hipóteses. Além do mais, a pesquisa contou com conversas informais, coleta de fotos, documentação, impressão de brasileiros e visitas a locais onde seria visível a influência chinesa na cidade de São Paulo e região. Reuniões e festividades da comunidade sino-brasileira foram registradas. Para análise dos dados, foram considerados os referenciais teóricos de Stuart Hall, Adam McKeown, entre outros, no que tange à conceitualização de diáspora. A obra de Abdelmalek Sayad teve importância na questão da condição do migrante. O conceito marxiano de exército industrial de reserva e teorias de Paul Singer e Herbert Klein salientam o papel explicativo sobre movimentação de populações. Com respeito à construção de uma identidade brasileira que incluía asiáticos e descendentes, mereceram destaque as reflexões de Jeffrey Lesser. Sobre a inserção dos chineses na sociedade brasileira, teceram-se considerações à luz das teorias de Sigmund Freud, Eric Hobsbawn, Edward Said e outros. Sobre certas diferenças de pensamento entre ocidentais e orientais, recorreu-se a autores como Tom Chung e François Jullien. Entre várias particularidades descobertas, verifica-se também a confirmação das hipóteses de pesquisa

ASSUNTO(S)

diáspora immigration cultura ciencias sociais aplicadas asiaticos -- diaspora chineses -- emigracao e imigracao -- brasil culture são paulo imigração china

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