As concepções e práticas da promoção da saúde na ótica dos trabalhadores da estratégia de saúde da família de um município catarinense

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/06/2011

RESUMO

O momento histórico da virada na área da saúde inicia-se nos anos 80 do século XX, quando a população se mobiliza e torna-se peça chave no Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, que culmina na 8 Conferência Nacional de Saúde (1986), quando se evidenciou a luta pela descentralização do sistema de saúde e pelo direito de todos os cidadãos à saúde. É criado o Sistema Único de Saúde (SUS), e mais tarde é lançado o Programa Saúde da Família (PSF), posteriormente denominado de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que tem como desafio a atenção continuada, resolutiva e fortemente pautada pelos princípios da Promoção da Saúde. A Promoção da Saúde passa a ser a peça fundamental na implementação das políticas de saúde, sendo adotada como uma política brasileira a partir de 2006. O objetivo deste estudo foi investigar as concepções e as práticas da Promoção da Saúde dos trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família incluindo os gestores de um município catarinense, de modo a sensibilizá-los para que re-signifiquem suas práticas. Participaram da pesquisa quinze (15) trabalhadores do SUS no período de dezembro de 2009 à fevereiro de 2010, entre eles: (01) secretário da saúde, (01) coordenador da ESF, (02) médicos, (02) enfermeiros, (01) dentista, (04) técnicos de enfermagem e (04) agentes comunitários de saúde. Este estudo teve uma abordagem qualitativa. Para a coleta de dados optou-se pela entrevista semi-estruturada e a análise dos dados foi baseada em Minayo (2004), através da ordenação dos dados, classificação dos dados e análise final. A partir deste material foram construídas 05 categorias: concepções de saúde-doença, concepções de Promoção da Saúde, ações e práticas de Promoção da Saúde, Promoção da Saúde: dificuldades e facilidades e formação profissional em Promoção da Saúde. Analisando este material observamos que os trabalhadores não conseguem dialogar com os princípios da Promoção da Saúde, que pela visão do Ministério da Saúde deveria ser a base do trabalho das equipes de ESF. A maioria dos trabalhadores vêem os conceitos de Promoção, prevenção e educação em saúde como sinônimos e na prática permanece a mesma linha de raciocínio. Entretanto, mesmo havendo a confusão conceitual entre Promoção, prevenção e educação em saúde, alguns reconhecem que para melhorar o trabalho da ESF é preciso que sejam viabilizados mais cursos de capacitação para os trabalhadores da saúde nesta temática, mostrando que os trabalhadores têm consciência da necessidade de uma educação permanente voltada para a prática profissional. Dessa forma, chegamos à conclusão de que a questão dos recursos humanos na ESF representa uma das dificuldades para a consolidação e ampliação da construção do SUS e consequentemente da ESF. A Educação Permanente desses trabalhadores se apresenta como a ferramenta norteadora para a consolidação e ampliação do SUS e da ESF, visando a Promoção da Saúde. É necessário capacitar tanto os profissionais quanto as instituições de ensino para que juntas desenvolvam ações capazes de modificar as práticas atuais e caminhar em direção ao SUS que tanto queremos

ASSUNTO(S)

saúde da família promoção da saúde educação continuada (permanente) saude coletiva família - saúde e higiene family health health promotion continuing education

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