As aulas régias da Capitania da Bahia (1759 1827): pensamento, vida e trabalho de nobres professores

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Concomitante com a expulsão dos jesuítas do controle da educação formal no reino português, o Alvará de 28 de junho de 1759 decretou uma reforma geral nos estudos, parte de um conjunto de medidas modernizadoras estabelecidas no Reino e em seus domínios no período compreendido entre 1750 e 1777, durante o reinado de D. José I e sob a orientação do seu principal ministro, Sebastião José Carvalho e Melo, mais conhecido pelo título nobiliárquico de Marquês de Pombal. Nossa tese, circunscrita espacialmente a Capitania da Bahia entre os anos de 1759 a 1827, tem como objeto de estudo as singularidades do magistério baiano e objetiva, a partir do referencial teórico da história social das idéias, compreender como os membros dessa nova categoria profissional, criada para preparar quadros mais bem qualificados para exercerem os cargos da burocracia estatal, tomaram contato com o pensamento reformista-ilustrado português do século XVIII, tanto o veiculado pelos estrangeirados, como pela legislação pombalina e como este ideário esteve relacionado com o pensamento, a vida e o trabalho docente desses primeiros representantes do magistério público baiano. A análise da documentação (cartas e ordens régias, termos de posse e juramento de professores régios para as várias vilas da capitania; registros de correspondências recebidas e expedidas pelas câmaras das vilas; registros de correspondência expedida e recebida por autoridades diversas; provisões; alvarás; registros; petições; nomeações; licenças; testamentos e inventários) revela que os professores régios, apesar do reduzido número de membros, foram sumamente ativos nas decisões mais importantes do período da chamada crise do sistema colonial, que, na Bahia, teve desdobramentos peculiares num movimento de emancipação política apenas culminado em julho de 1823. Por fim, pretende-se, nesta tese de doutorado, propiciar um conhecimento sobre a história da educação brasileira e baiana que, apesar da recente produção historiográfica, ainda se encontra envolta em dúvidas, preconceitos e chavões derivados de interpretações que insistem em analisar o Brasil sob o estigma do atraso do reino português

ASSUNTO(S)

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