As alianças estratégicas no picadeiro da arte/negócio circense

AUTOR(ES)
FONTE

RAM, Rev. Adm. Mackenzie

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

O objetivo do artigo é estudar a contribuição das alianças para a longevidade das empresas, tendo como objeto um campo quase esquecido pela administração, as organizações circenses. A despeito de sua importância econômica e simbólica, tal setor é pouco estudado sob o ponto de vista de suas práticas gerenciais. Nesse sentido, o problema proposto para exame é identificar em que medida as unidades pesquisadas realizam alianças capazes de gerar benefícios competitivos. O foco de investigação são as parcerias com licenciadas de marcas ícones do entretenimento infantil nacional, como Patati Patatá, Galinha Pintadinha e Turma da Mônica. Como objetivo secundário, pretende-se gerar subsídios para pesquisas futuras acerca do circo, razão pela qual o referencial teórico sobre alianças organizacionais foi elaborado em uma perspectiva ampla, posição coerente com o estágio incipiente da produção científica no segmento. Metodologicamente, adotou-se uma abordagem qualitativa com base em entrevistas em três circos de grande porte, da Região Sudeste. As informações foram trabalhadas por meio da análise do discurso. Os casos estudados apontaram que as alianças são uma fonte de valor por proporcionarem ganhos de performance nas dimensões: econômica (redução de risco, maximização dos ativos e de receita), de diferenciação competitiva (oriunda da partilha de recursos), e de desenvolvimento de capacidade adaptativa, denotada pelo senso de oportunismo decorrente das parcerias. Outro achado relevante diz respeito à presença antiga das alianças no cotidiano dos circos. Também foram apontados caminhos para esforços acadêmicos posteriores sobre: 1. os modos de existência das organizações circenses; 2. a fluidez e extensão dos limites organizacionais; 3. a relação de subordinação e os jogos de poder entre as partes envolvidas, com destaque para o exame da ambivalência gerada pelas alianças, expressa pelo paradoxo da conquista de flexibilidade versus a restrição competitiva; 4. a influência dos laços sociais na escolha e na coordenação das alianças; 5. as relações contratuais na indústria circense; 6. o aprofundamento da identificação dos recursos compartilhados. Por fim, cabe pontuar que as constatações levantadas não podem ser generalizadas, dado o recorte da população investigada.

ASSUNTO(S)

alianças estratégicas circos parcerias organizações circenses entretenimento familiar

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