Articular saúde mental e relações de gênero: dar voz aos sujeitos silenciados

AUTOR(ES)
FONTE

Ciência & Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-08

RESUMO

Analisa-se a experiência do sofrimento psíquico a partir de relatos de homens e mulheres usuários de serviço público de saúde do município de Araraquara (SP). Considera-se a construção social do sofrimento psíquico e, portanto, a conformação dos valores e normas de determinada sociedade e época histórica. Utilizaram-se entrevistas semi-estruturadas com usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), homens e mulheres, analisadas sob a ótica das relações sociais de gênero e do contexto das mudanças no sistema psiquiátrico brasileiro a partir da luta antimanicomial. Conclui-se que o desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira contemporânea na construção de políticas públicas para saúde mental deve levar em conta questões postas pela perspectiva das relações sociais de gênero. Portanto, significa, ao incorporar o tema gênero no âmbito da saúde mental, questionar uma concepção reducionista e biologizante da saúde mental das mulheres. Verificou-se que o adoecimento psíquico feminino mantém estreita correlação com a violência contra as mulheres e a repressão sexual ainda vigente na sociedade. No que tange à vivência do adoecimento psíquico masculino, requer enfrentar a questão do estigma. Estes, ao adoecerem, são excluídos do espaço público e enfrentam maiores dificuldades de reinserção social e de reconstrução da identidade anterior.

ASSUNTO(S)

sofrimento psíquico relações sociais de gênero sociedade brasileira contemporânea saúde mental luta antimanicomial

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