Arthur Bispo do Rosario além dos muros da Colônia

AUTOR(ES)
FONTE

Psicol. USP

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-12

RESUMO

Resumo Este trabalho propõe um olhar sobre a obra de Arthur Bispo do Rosario, que secundariza a patologia e prioriza o vivido. É frequente o cotejamento com Marcel Duchamp por conta da similaridade formal sustentada por algumas de suas obras. Mas a heterogeneidade dos percursos desafia a recepção a uma reflexão mais detida sobre suas respectivas experiências. Em Arthur Bispo do Rosario, a condição de recluso notadamente incorre em fortes restrições materiais e contextualiza a obra. Em seu inventivo e inusitado projeto, funda tanto menos uma estética da feiura e tanto mais - por sua força de verdade - o belo artístico, não como lei formal e plástica, mas como resultado ou êxito de uma experiência estética que se torna experiência artística. Espera-se adotar um ponto de vista que, prescindindo dos caminhos usuais - como a reincidente aproximação entre esses dois artistas -, busque ver além dos limites discerníveis do volume das obras, evidenciando uma verdade interposta como “quase-sujeitos”, nos termos de Georges Didi-Huberman. Examinar a obra têxtil de Arthur Bispo do Rosario pelos vãos da percepção é assumir sua indeterminação e considerá-la na categoria de instável a que pertencem os objetos de arte mediadores de realidades vividas. Evidenciar sua magnitude é também evidenciar sua importância como um possível instrumento de descontaminação e despreconceitualização do olhar que categoriza e penaliza artistas e obras, diagnosticando-as.

ASSUNTO(S)

arthur bispo do rosario outsider artist fenomenologia recepção estética marcel duchamp

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