Artéria torácica interna esqueletizada está associada a menores taxas de mediastinite em idosos submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica
AUTOR(ES)
Sá, Michel Pompeu Barros de Oliveira, Santos, Cecília Andrade, Figueiredo, Omar Jacobina, Lima, Renato Oliveira Albuquerque, Ferraz, Paulo Ernando, Soares, Alexandre Magno Macário Nunes, Bezerra, Pablo César Lustosa Barros, Martins, Wendell Nunes, Lima, Ricardo de Carvalho
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-12
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Mediastinite é séria complicação da esternotomia mediana e está associada a significativa morbidade e mortalidade. O objetivo deste estudo é identificar qual técnica de obtenção da artéria torácica interna (ATI), dissecção pediculada ou esqueletizada, está associada a menores taxas de mediastinite após cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) em idosos, na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do PROCAPE. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 160 idosos submetidos consecutivamente à CRM entre maio/2007 e junho/2011. Onze variáveis pré-operatórias, quatro intraoperatórias e oito pós-operatórias, possivelmente envolvidas no desenvolvimento de mediastinite após CRM, foram avaliadas entre dois grupos: CRM com ATI esqueletizada (n=80) e ATI pediculada (n=80). Análises univariada e multivariada por regressão logística foram aplicadas. RESULTADOS: A incidência de mediastinite foi 6,8% (n=11), com taxa de letalidade de 54,5% (n=6). Grupo ATI esqueletizada foi mais exposto à obesidade (n=12 vs. n=4; 15% vs. 5%, P=0,035) e múltiplas transfusões (n=25 vs. n=11; 31,2% vs. 13,7%; P=0,008) do que grupo ATI pediculada. Grupo ATI pediculada apresentou maior risco de mediastinite após CRM que grupo ATI esqueletizada (n=10 vs. n=1; 12,5% vs. 1,2%; OR não-ajustado 11,3; IC 95% 1,4-241,5; P=0,008). Na análise multivariada, esta diferença manteve-se estatisticamente significativa (OR ajustado 5,2; IC 95% 1,5-495,8; P=0,012), sendo considerada uma associação independente. CONCLUSÕES: Sugerimos que os idosos devem ser considerados para estratégias de minimização de risco de infecção. Em idosos submetidos à CRM com ATI unilateral, o problema parece estar relacionado à forma como a ATI é obtida. Idosos devem ser sempre considerados para o uso de ATI esqueletizada.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica mediastinite idoso
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