ARTE, TÉCNICA E MERCADO: ressonâncias da indústria fonográfica entre as descontinuidades da cibercultura / ART, TECHNICAL AND MARKET: resonances of the music industry between the discontinuities of cyberculture

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2012

RESUMO

Este trabalho discute as relações entre arte, técnica e mercado a partir de fenômenos sócio - culturais relativos à convergência entre os mercados musical e digital. Se, em um primeiro momento, a proliferação da pirataria musical no século XX tardio suscitou a ideia de que a dinâmica de metamorfoses das tecnologias digitais em rede decretariam a falência da indústria fonográfica consolidada nos anos trinta, o que se verifica, ao final da primeira década do século XXI, é a implementação e otimização de um novo mercado que agrega tanto as formas econômicas tradicionais dessa indústria dita decadente quanto às possibilidades cada vez mais abertas pelo horizonte de compreensão da cibercultura. Intenta-se desconstruir o discurso de decadência da indústria cultural face à multiplicidade da internet apresentando um problema subjacente e, portanto, mais atual, a essa questão aqui deslocada do problema vinteano da propriedade de conteúdo e comercialização estabelecido entre as gravadoras musicais, artistas e público para o conflito entre empresas de tecnologia e proprietários de conteúdo no mercado de aplicativos. A convergência de mídias desterritorializa um mercado cultural unívoco e coloca em rede músicos, ouvintes, empresas, aparelhos e piratas. Nessa esteira, a própria rede se problematiza, posto que o mercado de aplicativos apresentam-se como uma reação às descontinuidades financeiras promovidas por programas peer-to-peer e as legislações, enquanto fenômenos posteriores, funcionam como vestígios da dinâmica de adequação promovida por esses construtos sócio-econômico-culturais. A desconstrução ora elaborada utiliza como lentes de apoio o Projeto Oi Novo Som, da empresa nacional de telecomunicações Oi, que lançou a banda independente Sobrado 112 no mercado musical a partir da rede. Esta observação possibilitou verificar, primeiramente, como o acesso ao mercado para novos artistas vem sendo ampliado a partir das ferramentas econômico-tecnológicas e, mais profundamente, como as empresas de tecnologia vêm diversificando suas estratégias de mercado para além de seus produtos precípuos e buscando conquistar as matérias-primas essenciais desse novo mercado: dispositivos de conexão e armazenamento (hardware) e conteúdo (software). Enquanto conteúdo, a música passa a ser uma commoditie que oferece aos dispositivos o meio de fruição do mercado.

ASSUNTO(S)

cibercultura indústria fonográfica pirataria digital música independente mediamorphosis cyberculture music industry digital piracy independent music mediamorphosis artes

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