Arte Nova e Eclectismo no palacete projectado por Ernesto Korrodi para a família Bouhon

AUTOR(ES)
FONTE

An. mus. paul.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-12

RESUMO

No início do século XX, o design de interiores resultava do trabalho desenvolvido por arquitectos, decoradores, pintores ou entalhadores. Embora então integrado no universo das artes decorativas, acreditamos que já existia como prática profissional regulada por uma rede coerente de princípios de concepção e pelo entendimento do espaço interior como teia global de relações que se estabelece entre planos, ornamento, iluminação e mobiliário. No final do século anterior, perante a necessidade de proceder a uma reforma do ensino industrial, o governo português abrira um concurso para contratação de professores estrangeiros. Evidenciamos o papel de Ernesto Korrodi (1870-1944). As suas obras decorrem de uma atitude paradoxalmente ecléctica e moderna, apoiando-se por um lado, numa reinterpretação de soluções referenciadas no período medieval ou na Renascença; por outro, em fórmulas sediadas nos movimentos Arts and Crafts, Arte Nova (Art Nouveau) ou Secessão. Nos seus projectos persistem determinadas dependências e hierarquias, mas estas se cruzam com as necessidades despertadas pelas inovações técnicas, o que faz com que se preocupe também com a resposta à eclosão de novas funções e mobiliário na casa, a par das exigências higienistas do momento. O presente artigo consiste na análise da casa da família Bouhon, localizada na cidade da Covilhã, Portugal. Se a Arte Nova marca as suas fachadas, no interior deparamo-nos com espaços mais depurados, marcados por apontamentos decorativos, incorporados na azulejaria e nos tectos estucados ou em caixotões. O ornamento contribui, deste modo, para a dignificação dos planos das paredes, lambris e tectos, assumindo um papel fundamental na composição espacial.

ASSUNTO(S)

arte nova (art nouveau) design de interiores eclectismo funcionalidade ornamento portugal

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