Arranjo produtivo local e apicultura como estratégias para o desenvolvimento do sudoeste de Mato Grosso

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O estudo teve o objetivo de caracterizar a produção apícola e o arranjo produtivo local de apicultura, por meio da avaliação dos usos da terra, produção de mel, flora regional e qualidade do produto, visando estimular processos locais de desenvolvimento, protagonismo rural e inclusão social de agricultores da região Sudoeste de Mato Grosso. Foi avaliada a produção de mel no período de 1987 a 2007, dos municípios participantes do APL de Apicultura, disponíveis no Sistema SIDRA do IBGE. A quantificação do uso e cobertura da terra foi obtida por imagens de satélite, tratadas nos software SPRING e ArcGIS, utilizando informações de campo e terminologia apropriada. Foram identificadas as espécies vegetais, importantes para a produção do mel. Foram determinados dez parâmetros físico-químicos do mel e avaliado características de rotulagem do mel comercializado. O município de Cáceres (42%) é o maior produtor de mel, seguido por Comodoro (11%), Poconé (7%), Reserva do Cabaçal (7%), Conquista do Oeste (6%) e Porto Esperidião (6%). A apicultura não é a principal atividade econômica dos apicultores da região, a maioria deles tem apenas um apiário, com pequeno número de colméias e possui pouco tempo de experiência na atividade. A extração e beneficiamento do mel são realizados de forma artesanal e a comercialização é feita de forma direta ao consumidor, no mercado varejista local. O nível tecnológico empregado na atividade é baixo e o apicultor tem pouco grau de profissionalização na atividade. A Vegetação Natural foi a classe predominante de uso da terra na maioria dos apiários. Os tipos de cobertura vegetal foram reunidos em: Savanas, Tensão Ecológica, Floresta Estacional e Formações Ripárias. Pastagem foi a única forma de uso Antrópico Agrícola. Áreas Antrópicas Não Agrícola foram pouco representativas. As classes de uso da terra e os tipos de cobertura vegetal do entorno dos apiários imprimiram diferenças na riqueza de plantas e na produção de mel dos apiários. A avaliação do uso e cobertura da terra permite o planejamento e a gestão da apicultura, possibilitando estabelecer manejo apropriado e formas de utilização sustentável dos recursos naturais. Os resultados da análise físico-química das amostras de mel mostraram que as médias para umidade, açúcares redutores e não redutores ficaram dentro dos padrões estabelecidos pelo MAPA. Os percentuais de sólidos insolúveis e resíduos minerais fixos ficaram acima. A reação de Fiehe indicou a presença de HMF em outras amostras. Todas as marcas avaliadas apresentaram algum parâmetro acima do limite máximo permitido pela legislação brasileira, evidenciando problemas na produção, coleta ou processamento do mel. Somente duas marcas de mel disponíveis no mercado local, oriundas de Cáceres e outras regiões, possuem selo de inspeção sanitária. O rótulo da maioria das marcas não está em conformidade à legislação vigente e ignora importante instrumento de identificação da origem do mel, garantia de produtos com qualidade e segurança ao consumidor. A apicultura representa uma forma de uso sustentável de áreas de vegetação natural preservadas, áreas de pastagens degradadas e capoeiras existentes, além disso, a atividade mostra-se ainda compatível com outras atividades já consolidadas na região Sudoeste de Mato Grosso.

ASSUNTO(S)

ecologia apl honey vegetação apl análises físico-química physic-chemistry analysis produção apícola apis meliffera solo - uso honey production flora apícola sustentabilidade land use desenvolvimento regional abelha - criação apis meliffera mel de abelha honey flora regional vegetation

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