Arquitetura sedimentar e evolução deposicional no Quaternário da planície costeira de Maricá, Rio de Janeiro, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Geol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

A geomorfologia costeira de Maricá (estado do Rio de Janeiro) é caracterizada por uma imponente lagoa e por duas barreiras arenosas que confinam uma série de pequenas lagunas isoladas e colmatadas. Dados de georadar (GPR) e sondagens realizadas na área provém informações sobre sua arquitetura sedimentar e evolução no Quaternário. Os resultados indicam a existência de seis unidades litológicas compondo três sequências deposicionais limitadas por superfícies erosivas, relacionadas a sistemas barreira-laguna que migraram para o continente, para o mar e lateralmente, formando um depósito sedimentar de 25 metros ou mais de espessura. Há evidências de uma barreira retrogradante sobre uma unidade lamosa basal, que se formou sobre uma superfície erosiva representada pelo topo do embasamento Pré-Cambriano, apontando uma importante transgressão no Pleistoceno. Uma segunda barreira, formada há cerca de 45.000 anos cal A.P., migrou sobre uma unidade lamosa lagunar (48.000-45.000 anos cal A.P.) alcançando a barreira anterior. A seguir, uma fase de progradação ocorre em resposta a um rebaixamento do nível do mar. Um longo período de erosão da barreira resulta em uma discordância representando o limite entre Pleistoceno e Holoceno. O arenito de praia em Itaipuaçu, submerso a cerca de 100 metros da linha de praia atual, datado em 8.500 anos cal A.P., marca o início da sedimentação holocênica devido ao aumento gradual do nível do mar até 5.000 anos atrás. Este evento promoveu a retrogradação do sistema barreira-laguna. Um breve episódio de progradação é observado através de uma série de paleoescarpas de tempestades. Atualmente, uma elevação do nível do mar tem causado a retrogradação da barreira.

ASSUNTO(S)

quaternário sistemas barreira-laguna georadar mudanças do nível do mar idades do radiocarbono sudeste do brasil

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