Arqueologia em notícia : pesquisas impressas, sentidos circulantes e memórias descobertas = Archeology in the news: printed researches, circulating meanings and discovered memories / Archeology in the news : printed researches, circulating meanings and discovered memories
AUTOR(ES)
Glória Maria Vagioni Téga Calippo
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
09/08/2012
RESUMO
Neste trabalho, analisou-se o modo como o conhecimento arqueológico foi divulgado em matérias publicadas na Folha de S. Paulo antes e depois da entrada em vigor da lei federal que determina a realização de pesquisas arqueológicas para o licenciamento de obras. Por meio da seleção de 935 textos que tratam de arqueologia e temas correlatos, publicados entre os anos de 2000 e 2010, foi possível uma comparação quantitativa entre eles e os levantamentos, realizados por Wichers (2010) e Zanettini (2009), de portarias emitidas pelo IPHAN para a realização de pesquisas arqueológicas. Em um segundo momento, com a análise qualitativa dos textos, tendo como referencial teórico a Análise do Discurso de Linha Francesa, identificou-se que a Folha divulga uma Arqueologia muito aquém daquela praticada no Brasil. Para a AD, todo discurso tem suas condições de produção, entre as quais destacam-se na análise dos textos a memória, o cenário, mecanismos de antecipação do que os leitores pensam sobre o tema e a força dos discursos citados. O efeito de sentido gerado nas matérias da Folha é comumente ligado ao caráter aventureiro de uma Arqueologia praticada em lugares remotos, associando a importância dos achados à sua antiguidade, enfatizando mais as peças encontradas do que a história que elas contam ou as pessoas que as estudam e reforçando, mesmo quando se propõe a desmistificar, o imaginário ligado à caça ao tesouro. Enfim, com base em diferentes noções teóricas da Análise do Discurso, a conclusão é que pesquisas sobre civilizações antigas e grandiosas na Amazônia, seja para a Folha, seja para o senso comum, indiscutivelmente é ciência. Já a Arqueologia preventiva, que cresceu exponencialmente no Brasil após a portaria do Iphan, não aparece nos textos da Folha com a mesma força de ciência que a pesquisa acadêmica. E o resgate de peças por aventureiros ou empresários no fundo do mar, por sua vez, é eventualmente tratado na Folha como sendo tão ciência quanto a pesquisa acadêmica.
ASSUNTO(S)
divulgação científica análise do discurso jornalismo arqueologia science dissemination discourse analysis journalism archeology
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000878988Documentos Relacionados
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