Aposentadoria e as mudanças de vida das pessoas com diabetes tipo 2 / Retirement and changes in life style of people with Diabetes type 2

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivo compreender as mudanças de vida das pessoas aposentadas com diabete tipo 2. Primeiramente se caracteriza a população com diabetes tipo 2 da Clínica Hospital ISSSTE Celaya - México, onde extraiu-se uma amostra de 56 pacientes do quais 39,28% estão entre 60 e 69 anos de idade, 53,6% pertencem ao sexo feminino, 69,6% são casados, 35,7% são do lar, 41% têm nível básico de estudos, 92,8% vivem com algum familiar, 28,57% têm entre 1 e 5 anos de diagnóstico, 87,7% comparecem à consulta pelo menos uma vez ao mês, 60,7% foram em mais de uma ocasião, 39,3% ignoram as causas de hospitalização, 66,1% têm patologia associada, 98,2% fazem tratamento medicamentoso. A seguir se aplica uma entrevista semiestruturada com dez pacientes com diabetes tipo 2 e por meio da Análise de Conteúdo Modalidade Temática, chegou-se a quatro grandes temas: 1) vida dedicada ao trabalho; 2) insegurança em relação ao diabetes tipo 2; 3) alternativas depois da aposentadoria e 4) plano terapêutico para o controle do diabete tipo 2. O resultados evidenciaram que grande parte dos sujeitos tiveram uma vida dedicada ao trabalho, que gerou satisfação e insatisfação. Antes da aposentadoria relatam que não tiveram tempo para o cuidado com o controle metabólico do diabetes, priorizaram o trabalho, o cuidado dos filhos e do lar, além de que havia uma dupla jornada de trabalho que nem sempre era dividida com seus companheiros e filhos; mesmo reconhecendo que o diabetes tem um componente genético, isto não foi suficiente para que houvesse mudanças no estilo de vida, e consideram que os aspectos emocionais interferem no controle metabólico do diabetes; identificou-se que poucos sujeitos buscaram alternativas para o ocupação do tempo livre na aposentadoria, como participação em grupos comunitários ou no desenvolvimento de habilidades pessoais; foi possível apreender que além do tratamento convencional para o controle do diabetes, os sujeitos incorporam também as práticas não convencionais como o uso de plantas medicinais, como o Nopal, amplamente difundido e reconhecido na sociedade mexicana; além disso reconhecem que existe dificuldades para as mudanças no padrão alimentar, concorrendo para isso uma história alimentar com grandes quantidades de calorias e pela difusão de outras culturas alimentares na atualidade; não existe, no plano terapêutico, a prática das atividades físicas. Nas considerações finais reconhece-se que o México tem, no seu Plano Nacional de Saúde, referenciais teóricos mais amplos como o da atenção primária à saúde e da promoção da saúde, mas ao apresentar uma organização dos serviços de proteção social e de saúde organizados por Institutos de Seguridade Social. Estes detém autonomia para a incorporação e adequação da macro política no âmbito local, e que reflete na forma de atenção à saúde, dispensada para a população usuária. Mesmo incorporando parte da política de promoção da saúde, por meio da formação dos clubes de diabéticos, ainda não é considerado a focalização na família e o seu entorno social. Nesse sentido, percebe-se que as pessoas com diabetes tipo 2, não tem um seguimento regular na assistência, assim como no autogerenciamento do seu controle metabólico, fato, evidenciado pelo grande número de consultas e internações hospitalares durante o período de um ano. Também faz parte de nossas reflexões o fato as dificuldades para a adoção de mudanças no estilo de vida parecem estar relacionadas ao aparecimento e a confirmação do diabetes tipo 2 na fase adulta, onde os costumes, crenças e valores já estão incorporados no cotidiano, por isso qualquer mudança parece ser mais penosa para estas pessoas.

ASSUNTO(S)

pensions diabetes type 2 promoção da saúde diabetes tipo 2 health promotion aposentadoria

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