Após a visita da indesejada das gentes: luto e memória na Revista Estudos Feministas (2001-2014)

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Pagu

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/05/2019

RESUMO

Resumo Os obituários no interior das revistas acadêmicas brasileiras apresentam-se de forma diversa. Desde parágrafos padronizados que buscam simplesmente informar ao público leitor, delimitado pela área de pesquisa ou interesse específico da publicação, enquanto “notícia de falecimento”, até o texto mais elaborado, que busca apresentar o perfil de um predecessor ou igual que construiu uma obra e estabeleceu vínculos com seus pares. A Revista Estudos Feministas (REF), atualmente editada na Universidade Federal de Santa Catarina, foi lançada em 1992, e vem ocupando ao longo dos anos uma posição de destaque como publicação pioneira e privilegiada para a divulgação de estudos feministas e de gênero em diversas áreas disciplinares no país. Desde 2001 seus números estão disponibilizados no Scielo, e nesse acervo encontram-se acessíveis quase duas dezenas de homenagens fúnebres, na forma de obituários, publicação de entrevistas póstumas ou ensaios. Buscamos discutir como esse conjunto de textos apresenta uma natureza biográfica e caracteriza uma memória grupal construída e reivindicada, na qual as dimensões de luto e as relações intelectuais e institucionais de uma publicação acadêmica permitem equacionar a dor da perda no universo simbólico do grupo.Abstract Obituaries, within Brazilian academic journals are presented in various forms, ranging from standardized paragraphs that simply seek to inform readers, and which are determined by the research field or specific interest of the publication as "news of a death". More elaborate texts are also found that present a profile of a predecessor or contemporary who produced a body of work and established links with his or her peers. The Revista Estudos Feministas (REF), currently published at the Federal University at Santa Catarina, was launched in 1992, and over the years has occupied a prominent position as a pioneer and privileged publication for the promotion of feminist and gender studies in various subject areas in the country. Since 2001, its issues are available on Scielo, and this collection includes almost two dozen homages to the deceased in the form of obituaries, posthumous interviews or essays. We discuss how these articles present a biographical nature and characterize a constructed and claimed group memory in which dimensions of mourning and intellectual and institutional relations of an academic publication allow facing the pain of loss in the symbolic universe of the group.

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