Apoptose apos choque hipertermico em triatoma infestants (Klug) (Hemiptera, Reduviidae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

A incidência de morte celular por apoptose bem como de outros fenômenos de resposta celular ao choque hipertérmico de 40°C, por 1 hora, foi pesquisada em túbulos de Malpighi de ninfas de 4Q estadio e adultos machos de Triatoma infestans (Klug). Foram analisados espécimes bem alimentados e espécimes submetidos a jejum moderado 7, 14 e 30 dias pós-choque, bem como respectivos controles. Foram analisadas montagens totais dos órgãos após reação de Feulgen, teste com ApopTagTM (Oncor) e método de concentração crítica de eletrólitos (CEC), usado para evidenciar núcleos apoptóticos. Com a reação de Feulgen foram bem discriminados e quantificados núcleos com diferentes fenótipos nos túbulos de Malpighi. O teste com ApopTagTM se prestou à descrição de fases precoces do fenômeno de apoptose. O método de CEC foi descartado para estudo de frequências de apoptose por particularidades do material. Ao lado de apoptose, com o choque hipertérmico foi detectada morte celular por necrose e fenômenos admitidos como de sobrevivência celular, como fusão nuclear (núcleos gigantes) e descompactação de heterocromatina, além da maior ftequência de núcleos apresentar fenótipo normal (eficiência de hsp?). Os fenômenos de apoptose, necrose e fusão nuclear colaboram para uma redução na ftequência nuclear total e dos fenótipos normais usuais com o choque térmico. Nas ninfas o choque térmico intensifica o processo de apoptose induzido pelo jejum, especialmente 7 dias após o choque. Já o aumento significativo de necroses é posterior ao das apoptoses (14 dias pós-choque). A descompactação de heterocromatina também é elicitada mais tardiamente após o choque (14 dias) em ninfas bem alimentadas, porém quando este fenótipo é elicitado pelo jejum, sua incidência não se altera com o choque de temperatura. A fusão nuclear é elicitada mais por baixa nutrição do que pelo choque de temperatura, podendo se intensificar quando os dois fatores estressantes são associados. Nos adultos não só a incidência de morte celular é mais baixa como mais tardia, além do que a descompactação de heterocromatina e a fusão de núcleos ser bem pouco frequente, o que nos leva a supor que os mecanismos de sobrevivência celular envolvendo as hsp sejam possivelmente mais eficientes. Com relação aos fenômenos de morte celular descritos, estes não afetaram a sobrevivência dos insetos. No caso dos mbulos de Malpighi a morte de uma certa fração de células pode ser talvez compensada pelos fenômenos de sobrevivência celular, e pelo número e tamanho elevado de células que poderiam executar as funções típicas do órgão sem grandes prejuízos. Quanto à variabilidade nuclear individual frente ao choque hipertérmico e/ou jejum, está de acordo com descrições já efetuadas para T. infestans e Panstrongylus megistus, quando se sugeriu a existência de espécimes com diferentes níveis de resistência à ação deletéria de diferentes estressores

ASSUNTO(S)

triatoma

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