Apontamentos socioantropológicos sobre comunidade e saúde
AUTOR(ES)
Gomes, Mara H de Andréa
FONTE
Revista de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-06
RESUMO
A noção de comunidade utilizada pelos planejadores e prestadores de assistência à saúde é duplamente enganosa. De um lado, pressupõe uma aparente igualdade e ausência de conflitos entre pessoas de um mesmo grupo populacional. De outro lado, supõe uma certa possibilidade de intervenção dos serviços sobre comportamentos considerados indesejáveis, do ponto de vista do controle de doenças ou de promoção de saúde. Utilizada deste modo, acaba encobrindo a "natureza" social da população-alvo: os pobres e os desarranjos que a condição de pobreza acarreta. Para problematizar o eufemismo implícito nesta noção de comunidade, o objetivo do presente artigo foi apresentar a abordagem radicalmente relacional de Simmel para caracterizar a subordinação destes grupos populacionais às políticas e programas de atenção à saúde. Para esta finalidade, partiu-se da apropriação da noção sociológica de comunidade pelos serviços de saúde, a partir da clássica formulação de Töennies e sua influência nos autores da Escola de Chicago.
ASSUNTO(S)
desenvolvimento social iniqüidade social iniqüidade na saúde serviços de saúde promoção da saúde
Documentos Relacionados
- Apontamentos sobre promoção da saúde e biopoder
- Olhares socioantropológicos sobre os adoecidos crônicos
- Sustentabilidade socioambiental e a retórica neodesenvolvimentista: apontamentos sobre meio ambiente e saúde no Brasil
- APONTAMENTOS SOBRE A CLÍNICA DA AUTONOMIA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE
- Ritual de consumo do crack: aspectos socioantropológicos e repercussões para a saúde dos usuários