Apoio social na experiência do familiar cuidador de pessoas com doença crônica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa-descritiva, com objetivo de conhecer a experiência de quem cuida de doentes crônicos no contexto familiar e analisar as implicações do apoio social percebido, relacionando com a saúde física e emocional do familiar cuidador. O local de desenvolvimento foram os lares de dezoito (18) componentes familiares cuidadores de doentes crônicos, residentes no Bairro Cidade 2000, localizado em Fortaleza-CE. A coleta de dados foi realizada durante o primeiro semestre do ano de 2007, utilizando-se um formulário, contendo variáveis de interesse para o estudo, e entrevista semiestruturada. Os dados quantitativos foram organizados em planilhas eletrônicas do Programa Excel, depois inseridos no programa de computação SPSS, Windows, versão 3.0. Os indicadores resultantes da aplicação da entrevista foram organizados por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), tendo-se obtido as seguintes perguntas com suas respectivas respostas que ensejam os discursos: Cuidar não é fácil, Cuidar é uma experiência difícil, Cuidar é uma experiência gratificante de aprendizado, Não saio quase! Vivo muito sozinha, Eu vou em busca de coisas que me ajudam, Quem faz tudo sou eu, ninguém ajuda, Eu sinto que não estou sozinha (ajuda de fora), Família que ajuda, Nossa família é unida, a maior parte me apóia, Meus amigos são meus visinhos, que eu me dou bem, Eu me sinto protegida por Deus, Tudo o que eu sei aprendi no hospital vendo e pessoas me ensinando. Como resultado, destaque-se que todos os cuidadores abordados eram do sexo feminino, com idade média de 50 anos. A de maioria casadas, sem exercer atividade formal remunerada, possuía nível médio de escolaridade. A religião predominante foi a católica. Os membros familiares referiram não participar de nenhum outro grupo social. As pessoas mais citadas dependentes de cuidados foram as mães, com idade média de 80 anos, e as morbidades mais referidas, comprometendo estas pessoas, eram conseqüentes de acidente vascular cerebral (AVC). Grande parte das cuidadoras relatou algum tipo de comprometimento em sua saúde. As principais queixas foram: plaquetopenia por dengue, dores no cotovelo, hipertensão, reumatismo, dores na coluna, diabetes, colesterol alto, asma, depressão, , dores nas costas e nos ombros, artrose no joelho, estresse agudo e problema renal. Evidenciou-se intervalo de horas de dedicação/dia para cuidar do doente situado entre 12 e 24 horas. A duração mínima do tempo em que o cuidado vinha acontecendo era de cinco meses, e a máxima de 40 anos. Em relação aos apoios no cuidado direto com o doente, os membros familiares cuidadores (FC) deixaram claro que a carga maior de atividade era realizada quase sempre de forma solitária. Referidos apoios tidos como insatisfatórios, quando considerada a complexidade dos problemas diários a solucionar. A sobrecarga ficou caracterizada pelo fato de o cuidador se ver permanentemente diante de situações de enfrentamento e, quase sempre, afastado do convívio social pela característica e o tempo dedicado ao cuidado. Além disto, o cuidador era alvo de situações de grandes conflitos, tendo que conciliar preocupações com o componente familiar doente e as insatisfações dos que estão em volta, sem que signifiquem apoio concreto.

ASSUNTO(S)

doenÇas crÔnicas - dissertaÇÕes saude coletiva cuidadores - dissertaÇÕes

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