Apocalipse alegre: configurações do indivíduo moderno em Leutnant Gustl. / Joyful apocalypse: modern individual settings in Leutnant Gustl

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/06/2011

RESUMO

Este trabalho se propõe a analisar a novela Leutnant Gustl (1900), de Arthur Schnitzler. A obra, o primeiro monólogo interior em língua alemã, foi escrita no fin-de-siècle em Viena, período conhecido por sua alta produtividade intelectual e artística. Como consequência de uma política mesclada entre a monarquia e burguesia, a regência da cidade era caracterizada por um hibridismo de valores, a priori, paradoxos. Esse composto heterogêneo se reflete na sociedade e na classe artística, resultando em uma produção na qual elementos modernos e pré-modernos díspares convivem. Nesse sentido, sempre considerando o objeto como ponto de partida da análise, será observado em que medida a novela representa a pré-modernidade, com traços como a defesa da honra e a prática do duelo, e outros tipicamente modernos, como a ascensão do lazer, o consumo massificado e a valorização do individualismo. É nesse cenário que examinaremos o tenente Gustl, personagem-narrador, por muitos teóricos considerado um tipo representante do indivíduo da sociedade vienense daquela época. Tomando sua personalidade e sua trajetória como eixo norteador desse estudo, tentaremos mostrar em que medida ele se configura como um indivíduo moderno, apesar de sustentar, externamente, uma fachada de valores prémodernos, os quais, por meio do monólogo interior, o leitor sabe não se tratar nada além de uma imagem. Assim, tomando Gustl como um representante de seu tempo, contraditório e zeloso das falsas aparências, será investigada a sua inserção como indivíduo no seu tempo.

ASSUNTO(S)

fin de siècle fin de siècle leutnant gustl leutnant gustl modernidade modernity monólogo interior schnitzler schnitzler stream-ofconsciousness viena vienna

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