Aplicações e limitações da termobarometria em migmatitos e granulitos usando como exemplo as rochas do Orógeno Araçuaí no Sul da Bahia, incluindo discussão do significado tectônico dos resultados

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Geol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-12

RESUMO

No sul da Bahia ocorrem migmatitos e granulitos do Complexo Jequitinhonha, porção norte do Orógeno Araçuaí. Os migmatitos (granada-cordierita diatexitos) dominam as rochas metamórficas e incluem lentes e camadas de granada granulito félsico. As condições de temperatura e pressão do metamorfismo foram calculadas com termobarometria convencional e THERMOCALC. Valores em torno de 850 °C e 7 kbar foram obtidos com THERMOCALC, sendo que para o diatexito os cálculos foram feitos considerando aH2O igual a 1, mas os melhores resultados de cálculos para o granulito são feitos com valores de aH2O igual a 0,3. Os cálculos de pressão obtidos com GAPES resultam em valores concordantes com o THERMOCALC, mas o par granada-ortopiroxênio sempre produz valores baixos para temperatura e elevados para pressão. Os resultados são condizentes com a presença do par granada e cordierita no diatexito e ortopiroxênio no granulito félsico. Do ponto de vista tectônico o ambiente em que o metamorfismo dessas rochas ocorreu necessita de alto fluxo de calor com anomalia térmica em regiões médias da crosta, considerando os valores de 7 kbar. Trabalhos recentes têm favorecido o fechamento de bacia back-arc para esse ambiente, mas isso não resolve o problema de que entre a época do pico metamórfico e a granitogênese final, envolvendo grandes corpos de charnockito, existe intervalo de mais de 80 milhões de anos. O modelo de comutação tectônica (tectonic switching) é sugerido para explicar a manutenção de temperaturas elevadas durante intervalo de tempo tão prolongado.

ASSUNTO(S)

granulito migmatito orógeno araçuaí termobarometria

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