Aplicação do modelo alternativo de três fatores no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/11/2012

RESUMO

Esta dissertação teve por objetivo analisar como os fatores investimento e ROA são precificados e se explicam parte das variações dos retornos das ações no mercado acionário Brasileiro. Inicialmente, buscou-se investigar a existência do prêmio para os fatores investimento e ROA. Em seguida, teve-se por objetivo comparar o desempenho do modelo alternativo de três fatores de Chen, Novy-Marx e Zhang (2010), composto pelo fator de risco mercado e os fatores investimento e ROA, com o modelo CAPM e com o de três fatores de Fama e French (1993), bem como investigar a robustez dos modelos baseados nas estratégias de valor. Para o desenvolvimento do estudo, optou-se pelo emprego de emprego de portfólios e, para analisar o desempenho do modelo na explicação das variações dos retornos das ações, foram utilizadas regressões em série de tempo. A população foi composta por todas as empresas não financeiras, com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo BM&FBOVESPA, entre 1 de janeiro de 1995 e 30 de junho de 2011. Quanto aos fatores de risco analisados, observou-se um prêmio de mercado de 2,303% ao mês. Em relação ao fator tamanho e ao fator B/M, os resultados obtidos descaracterizam o efeito tamanho e o efeito valor no mercado Brasileiro, uma vez que se verificou um prêmio negativo para os fatores de risco de 0,005% e 2,516 ao mês, respectivamente. Em relação aos fatores baseados na produção, verificou-se para o fator investimento um prêmio positivo e significativo de 0,698% ao mês. Quanto ao fator ROA, verificou-se um prêmio positivo de 0,263% ao mês, no entanto, não significativo estatisticamente. Na análise das carteiras formadas pelo fator investimento e ROA, esperava-se que as ações com maior investimento em ativos tenderiam a apresentar retorno inferior às ações que com menor investimento. Esse padrão pode ser observado, uma vez que sete das nove carteiras formadas por ações de menor investimento obtiveram retorno superior às carteiras formadas por ações que realizaram maior investimento no mesmo período, não se podendo rejeitar a Hipótese 1. Em relação à rentabilidade esperada, esperava-se que as carteiras formadas por ações de alto ROA apresentassem retornos superiores aos retornos das carteiras formadas por ações de baixo ROA. Esse padrão foi observado em oito das noves carteiras formadas, no entanto, a não existência do prêmio para o fator ROA, faz com que a Hipótese 2 seja rejeitada. Comparando-se os três modelos pelo R2 ajustado, observou-se, em média, uma superioridade do modelo de Fama e French (1993) de 3,6% em relação ao modelo alternativo de três fatores e de 5,1% em relação ao CAPM. Observou-se, também, que o modelo alternativo de três fatores apresentou comportamento semelhante ao do modelo de Fama e French (1993) na explicação das anomalias volume e momento, endividamento, EBITDA/P e PL.

ASSUNTO(S)

modelos de precificação de ativos administracao investimento anomalias asset pricing models anomalies investment

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