Aplicação de parâmetros morfométricos de elementos de drenagem para a caracterização da soleira de Arujá e a análise de processos neotectônicos.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

No extremo sudoeste da Bacia de Taubaté, caminhando para o seu limite atual com a Bacia de São Paulo, ocorre a separação das bacias dos rios Paraíba e Tietê, configurando um alto chamado Soleira de Arujá. Nessa região, as estruturas antigas exercem controle na morfologia do alto que separa as bacias sedimentares de São Paulo e Taubaté, estrutura esta que forçou o Rio Paraíba do Sul a inverter o seu curso, formando assim o denominado Cotovelo de Guararema. O presente estudo objetiva delinear a evolução geológica e geomorfológica desta área em tempos cenozóicos e avaliar a possibilidade de que processos neotectônicos estejam ainda ativos. A abordagem utilizada compreendeu a análise de dados geológicos e geomorfológicos compilados, a aplicação de análise de parâmetros flúviomorfométricos (perfis longitudinais e índices RDE Relação Declividade vs. Extensão), a interpretação de imagens de satélite e trabalhos de campo. O conjunto de informações obtidas evidencia uma série de anomalias flúvio-morfométricas, concentradas nas proximidades do atual divisor de águas das bacias hidrográficas do Tietê e do Paraíba do Sul, interpretadas como decorrência de ação neotectônica. A compilação de dados geológicos permitiu evidenciar que as bacias sedimentares de Taubaté e São Paulo formaram-se no Paleógeno, com o preenchimento de calhas alongadas na direção ENE-WSW, constituindo uma única entidade bacinal. A partir do Mioceno, quando o regime tectônico passa a ser compressivo, configurando a Neotectônica, houve fragmentação dos depósitos paleógenos, em especial na região na região de Arujá, condicionando uma mudança brusca no curso do rio Paraíba do Sul -- que outrora tributava suas águas no rio Tietê , invertendo o seu curso para noroeste e, na seqüência, para nordeste, configurando o chamado Cotovelo de Guararema. Análise de imagens de satélite possibilita visualizar as áreas subsidentes (com depósitos aluviais mais expressivos, regolitos mais bem preservados, e preservação de sedimentos paleógenos, acrescidos da sedimentação neogênica) e as áreas em processo de soerguimento (mais dissecadas, com solos rasos) e até mesmo basculamentos, controlados, principalmente por famílias de lineamentos ENE-WSW e NNW-SSE, a primeira delas coincidente com a direção das principais zonas de x cisalhamento do substrato pré-cambriano. Acredita-se que os resultados do presente trabalho possam contribuir para o entendimento do quadro neotectônico da Região Sudeste, bem como dos processos morfogenéticos, de sedimentação, de dinâmica superficial e de sismicidade natural ou induzida. Recomenda-se a continuidade de investigações sobre a Neotectônica, justificáveis pelo fato dessa região compreender uma das mais importantes regiões do País em termos populacionais e socioeconômicos.

ASSUNTO(S)

morfometria fluvial. rio paraíba do sul. rio tietê. neotectônica. bacia de são paulo. bacia de taubaté. soleira de arujá. cotovelo de guararema. fluvial morphometry. paraíba do sul river. tietê river. neotectonics. são paulo basin. taubaté basin. arujá structural high. guararema elbow. geologia ambiental

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