Aplicação da tomografia de impulso na avaliação da qualidade do lenho de árvores de maçaranduba, Manilkara huberi (Ducke) Chevalier / Impulse tomography application in quality wood evaluation of trees of maçaranduba, Manilkara huberi (Ducke) Chevalier

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho trata da avaliação dos padrões de resposta e da eficácia do método da tomografia de impulso na identificação de lesões e ocos no lenho de árvores de espécies madeireiras da região Amazônica, através do estudo de indivíduos da espécie Manilkara huberi Ducke (Chevalier) (família Sapotaceae). Lesões e ocos resultam do ataque de insetos e fungos e sua ocorrência pode ser favorecida por injúrias como fogo, quebra de galhos e de características do sítio. A colheita de árvores com grandes lesões ou ocos resulta em grande geração de resíduos no campo e na indústria, com impactos ambientais e econômicos negativos. Os métodos tradicionais de verificação de lesões e ocos para seleção de espécies tropicais são muito subjetivos e pouco eficientes, baseados principalmente na experiência dos mateiros e operadores de motosserra. O estudo foi realizado numa área de 3 ha no município de Paragominas, PA. Foram avaliadas 29 árvores de maçaranduba com DAP entre 50 e 130 cm, separadas em 4 grupos, em função do DAP e da ocorrência de oco. A análise da árvore em pé se deu através do tomógrafo de impulso, o qual gerou um gráfico de velocidade e uma imagem da qualidade do lenho. Foram coletadas amostras de solo próximas a cada indivíduo e realizadas análises químicas e físicas para análise da influência do solo na ocorrência de oco. As árvores foram cubadas e feitas estimativas de volume de madeira total (volume da árvore), volume de madeira útil (volume de madeira sólida descontando volume de oco) e volume de madeira útil utilizando os dados da tomografia de impulso. Os modelos de estimativa de volume testados foram: Spurr e Schumacher-Hall. Amostras de discos das árvores foram retiradas na altura da leitura do tomógrafo e feitas análises da qualidade dos discos a olho nu. Esses dados foram comparados com a classificação supervisionada da imagem tomográfica de cada indivíduo. Além disso, foram avaliadas as correlações entre os resultados da tomografia de impulso com os resultados das análises de densidade aparente obtidas por dois métodos: (i) densitometria de raios X e (ii) método hidrostático. Das 29 árvores observadas, 18 apresentaram oco (grupos 2 e 4). O solo não apresentou correlação com a ocorrência de oco na espécie. O volume total médio de cada grupo foi, respectivamente: 3,39; 4,00; 5,83 e 10,19 m3. O volume útil médio de cada grupo foi, respectivamente: 3,39; 3,79; 5,83 e 8,68 m3. O melhor modelo foi o de Schumacher-Hall, para o volume total, com um R2 de 0,97. Para o volume útil o melhor modelo foi o de Schumacher-Hall modificado (utilizando os dados da tomografia de impulso). Houve correlação da imagem gerada pelo tomógrafo de impulso com a qualidade do fuste após o corte, porém, em diâmetros acima de 90 cm e em árvores com forma muito irregular o tomógrafo de impulso não foi capaz de detectar madeira deteriorada. Não houve correlação da imagem gerada pelo tomógrafo de impulso com o resultado da densitometria de raios X e da densidade aparente pelo método hidrostático.

ASSUNTO(S)

amazônia Árvores florestais densidade da madeira forest management identificação da madeira impulse tomography lesions and hollows. maçaranduba madeira - qualidade manejo florestal tomografia.

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