Aplicação clínica da ressonância magnética em pacientes com traumatismo craniencefálico agudo.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O traumatismo craniencefálico (TCE) é uma das principais causas de morbimortalidade no mundo moderno. A finalidade da neuroimagem é prover informações diagnósticas precisas que fornecerão subsídios para condutas terapêuticas. A tomografia computadorizada de crânio (TC) tem sido utilizada como método de escolha na investigação inicial do TCE. O estudo teve como objetivo avaliar a aplicação clínica da ressonância magnética (RM) em pacientes vítimas de TCE agudo, considerando-se a possibilidade de: 1) identificar o tipo, número e a gravidade das lesões traumáticas e 2) melhorar a correlação clínica-radiológica dos pacientes. Foram estudados prospectivamente 55 pacientes vitima de TCE agudo fechado (0-5 dias), que não necessitaram de neurocirurgia imediata por TC e RM, sendo 34(61,8%) do sexo masculino e 21(38,2%) do feminino. As lesões estudadas pelos dois métodos e analisadas pelo teste McNemar foram fratura de crânio , hematomas extradural e subdural, higroma subdural, lesão axonal difusa, contusões única e múltipla, hematoma intraparenquimatoso, hemorragias subaracnóidea e intraventricular, tumefação cerebral difusa e hemisférica e isquemia. Foram verificadas associações de TCE leve ou moderado/grave com diagnóstico pela RM de hematoma subdural agudo, lesão axonal difusa, contusões múltiplas e hemorragia subaracnóidea pelo teste Qui-quadrado. Foram avaliados os números de lesões e intervalo de tempo entre os dois exames pelo teste de sinal. Os resultados mostraram que houve diferença estatisticamente significante nas seguintes lesões: 1) fratura de crânio foram detectadas em 16(29,1%) pacientes pela TC e em apenas 2(3,6%) pela RM; 2) hematoma subdural foi identificado em 6(10,9%) pacientes pela TC e em 20(36,4%) pela RM; 3) lesão axonal difusa foi encontrada em apenas 1(1,8%) paciente pela TC e em 28(50,9%) pela RM; 4) contusão múltipla foi detectada em 5(9,1%) pacientes pela TC e em 23(41,8%) pela RM, 5) hemorragia subaracnóidea foi detectada em 10(18,2%) pacientes pela TC e em 23(41,8%) pela RM. Com relação à gravidade do TCE com diagnóstico por RM, essa associação foi significante apenas para LAD. Para número de lesões a RM foi superior e detectou 2 lesões a mais por paciente do que TC. Os resultados para o intervalo de tempo entre os exames indicam que o período entre um exame e outro não ultrapassou um dia, sendo que em 24(43,6%) dos pacientes foi realizado no mesmo dia; em 11(20%) a TC foi feita antes da RM; e em 20(36,4%) a RM foi realizada antes da TC. A diferença de tempo entre os exames não foi significante. Aplicação clínica da RM no TCE agudo é útil no diagnóstico de lesão axonal difusa, associando-se a com a gravidade do TCE. A RM foi superior à TC na identificação da lesão axonal difusa, hemorragia subaracnóidea, contusões múltiplas e hematoma subdural agudo, porém inferior no diagnóstico de fraturas.

ASSUNTO(S)

ressonância magnética traumatismo craniencéfalico aplicação clínica neurocirurgia

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