Aplicabilidade do escore fisiológico agudo simplificado (SAPS 3) em hospitais brasileiros
AUTOR(ES)
Silva Junior, João Manoel, Malbouisson, Luiz M Sá, Nuevo, Hector L, Barbosa, Luiz Gustavo T, Marubayashi, Lauro Yoiti, Teixeira, Isabel Cristina, Nassar Junior, Antonio Paulo, Carmona, Maria Jose Carvalho, Silva, Israel Ferreira da, Auler Júnior, José Otávio Costa, Rezende, Ederlon
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-02
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O sistema prognóstico SAPS 3 (Simplified Acute Physiology Score 3) é composto de 20 variáveis, representadas por escore fisiológico agudo e avaliação do estado prévio, visando estabelecer índice preditivo de mortalidade para pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva (UTI). O estudo teve objetivo de validar este sistema e verificar o poder discriminatório deste índice em pacientes cirúrgicos do Brasil. MÉTODO: Estudo prospectivo, realizado em duas UTI especializadas em pacientes cirúrgicos de dois diferentes hospitais, no período de um ano, excluiuse pacientes com idade inferior a 16 anos, que permaneceram tempo inferior a 24 horas na UTI, readmitidos e aqueles admitidos para procedimento dialítico. A habilidade preditiva do índice SAPS 3 em diferenciar sobreviventes e não sobreviventes foi verificada utilizando curva ROC e a calibração pelo teste Hosmer-Lemeshow goodness-of-fit. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 1.310 pacientes. Operações gastrintestinais foram predominantes (34,9%). O menor valor do índice SAPS 3 foi 18 e o maior 154, média de 48,5 ± 18,1. A mortalidade hospitalar prevista e real foi de 10,3% e de 10,8%, respectivamente, razão de mortalidade padronizada (SMR) foi 1,04 (IC95% = 1,03-1,07). A calibração pelo método Hosmer e Lemeshow mostrou X² = 10,47 p = 0,234. O valor do escore SAPS 3 que melhor discriminou sobreviventes e não sobreviventes foi 57, com sensibilidade de 75,8% e especificidade de 86%. Dos pacientes com índice SAPS 3 maior que 57, 73,5% não sobreviveram versus 26,5% de sobreviventes (OR = 1,32 IC95% 1,23 - 1,42, p < 0,0001). CONCLUSÕES: O sistema SAPS 3 é válido na população brasileira de pacientes cirúrgicos, sendo útil para indicar pacientes graves e determinar maiores cuidados neste grupo.
ASSUNTO(S)
mortalidade, hospitalar terapia intensiva
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