APARTA QUE É BRIGA: discurso, violência e gênero em Fortaleza (1919-1948) / "Depart WHAT FIGHT": speech, violence and gender in Fortaleza (1919-1948)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/04/2011

RESUMO

Focaliza as relações entre o gênero feminino e as instituições jurídicas e policiais na cidade de Fortaleza, no início do século XX, buscando compreendê-las através do âmbito da criminalidade, utilizando fontes tais como processos criminais de ferimentos, sejam graves ou leves, de calúnia e injúria. Estes sujeitos históricos são mulheres que não correspondiam às representações existentes sobre o comportamento feminino, visto que cometeram crimes, trazendo à tona aquilo que se pensava sobre o sexo feminino. O período que cobre a presente pesquisa corresponde ao período de consolidação da ordem burguesa nas principais cidades do Brasil, seguindo sempre o epíteto da modernização e higienização necessária para transformar as capitais em metrópoles civilizadas. Para que esse objetivo fosse realizado, tornava-se necessário adequar homens e mulheres ao novo estado das coisas. Assim, foram-lhes impostos novos valores e novas formas de comportamento. Busca-se, então, perceber o crime como uma forma de relação social passível de historicização, e como tal, revelador das relações humanas no período em questão, mesmo sendo este um aspecto que muitas vezes as sociedades tentam ocultar e repudiar, encarando os criminosos como desvios sociais merecedores apenas de punição. A análise dos processos criminais também pode levar à identificação dos meios pelos quais estas fontes foram construídas, buscando recuperar a experiência dos envolvidos e perceber a construção de determinados discursos na elaboração das já referidas fontes. Assim, estão transformados estes documentos, originalmente jurídicos e oficiais, em fontes históricas, capazes de fornecer elementos necessários para a apreensão do passado.

ASSUNTO(S)

violência gênero práticas discursivas. historia violence gender discursive practices.

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