Anthroposophical nursing: an historical, ethical, legal and phenomenological vision / Enfermagem antroposófica: uma visão histórica, ético-legal e fenomenológica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Introdução: As teorias do filósofo Rudolf Steiner, no início do século XX, aplicadas em várias áreas das ciências humanas, biológicas e exatas, trouxeram ao mundo ocidental uma nova cosmovisão do Ser Humano, a Antroposofia, que não trata apenas de antropologia, mas de uma ciência do Cosmo, tendo por centro e ponto de apoio, o homem. O cuidar antroposófico está embasado em teorias de enfermagem, como de Martha Rogers, que abordam o aspecto holístico do ser humano. O interesse de enfermeiros pela Antroposofia começou, no Brasil, na década de 1970, buscando fazer dela o fundamento para as formas complementares de terapia em enfermagem. A crescente influência da enfermagem antroposófica no desenvolvimento das ações integrais à saúde motivou este estudo. Objetivos: caracterizar enfermeiros que realizam atividades na enfermagem antroposófica; conhecer e compreender o significado e a vivência profissional de enfermeiros antroposóficos no Brasil; analisar atos normativos éticos e legais para a sua prática; desvelar o que os enfermeiros vislumbram para o futuro da enfermagem antroposófica; e, identificar dificuldades para o seu exercício. Metodologia: Estudo de natureza descritiva, exploratória, qualitativa e prospectiva com base nos conteúdos de entrevistas de nove enfermeiras. Referencial teórico: a fenomenologia social, de Alfred Schütz, fundamentou as categorias sobre os motivos porque e motivos para que. Resultados e discussão: Entre os motivos porque, quatro categorias condensam o interesse de enfermeiros pela antroposofia: 1) busca de novas perspectivas profissionais: algo diferente que oferecesse mais satisfação profissional; assistência de enfermagem espiritual; insatisfação com o paradigma alopático. 2) encontro com a antroposofia através da Filosofia, Medicina, Pedagogia e Enfermagem; 3) Metamorfoses decorrentes dos novos conhecimentos adquiridos: mudanças pessoais e profissionais na perspectiva do cuidar antroposófico; diferenças vivenciadas nos tratamentos alopático e antroposófico; vivências e relatos de experiências; 4) dilemas éticos e legais. As quatro categorias relacionadas aos motivos para que foram: 1) perspectivas para a enfermagem antroposófica no Brasil; 2) necessidade de incluir antroposofia na formação do enfermeiro generalista; 3) necessidade de cursos de especialização e pesquisa; 4) anseio de superação de dificuldades na prática antroposófica pelas enfermeiras. Considerações finais: este estudo demonstrou que a enfermagem antroposófica amplia o cuidar, aguça o olhar e ajuda o profissional a se tornar mais consciente na percepção do outro, a cuidar respeitando a individualidade do paciente, a direcionar a ação a todo e qualquer ser humano. Observa-se que pacientes graves, crônicos e oncológicos se beneficiam mais, talvez porque o olhar do enfermeiro antroposófico é mais holístico e individualizado. A Enfermagem Antroposófica atua também em situações do nascimento e da morte. Após o fechamento da Clínica Tobias, na década de 1990, profissionais ficaram sem referência, mas enfermeiros continuaram cultivando e praticando seus conhecimentos individualmente, embora almejassem criar uma organização formal, como associação, para discutirem problemas comuns e unirem forças; ter a Sistematização da Assistência de Enfermagem Antroposófica implantada em seus locais de trabalho; possibilitar que conceitos básicos de enfermagem antroposófica fossem inseridos nos programas dos cursos de graduação, e criados cursos de especialização

ASSUNTO(S)

anthroposophy Ética da enfermagem legislação da enfermagem fenomenologia antroposofia nursing nursing ethics práticas complementares de saúde complementary health practices enfermagem phenomenology nursing legislation

Documentos Relacionados