Ansiedade, pânico e o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-05

RESUMO

OBJETIVO: Este artigo discute a ativação diferencial do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal no transtorno de ansiedade generalizada e no transtorno de pânico. MÉTODO: Resultados de recentes revisões da literatura são resumidos e discutidos. RESULTADOS: Os resultados de estudos experimentais que dosaram o hormônio adrenocorticotrópico, o cortisol e a prolactina mostram que ataques de pânico naturais, bem como os provocados por agentes panicogênicos seletivos - como lactato de sódio e dióxido de carbono -, não ativam o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Agonistas do receptor de colecistocinina do tipo B, como o peptídeo colecistocinina-4 e a pentagastrina, elevam os hormônios de estresse, independentemente da ocorrência de um ataque de pânico, parecendo ativar diretamente o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. O antagonista benzodiazepínico flumazenil não eleva o nível dos hormônios de estresse; porém, este agente farmacológico não induz ataques de pânico de modo consistente. Agentes farmacológicos que aumentam a ansiedade em pacientes de pânico (cafeína, ioimbina, agonistas serotonérgicos), assim como em pessoas saudáveis, elevam o nível dos hormônios de estresse. CONCLUSÕES: Além das diferenças na sintomatologia e na resposta farmacológica, o transtorno de ansiedade generalizada e o transtorno de pânico afetam os hormônios de estresse de modo distinto. Enquanto a ansiedade antecipatória e o transtorno de ansiedade generalizada ativam tanto o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal como o simpático-adrenal, o ataque de pânico causa acentuada ativação simpática; porém, afeta pouco o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal.

ASSUNTO(S)

estresse hormônios transtorno da ansiedade generalizada hipotálamo sistema hipófise-suprarrenal

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