Anfíbios da Floresta Estadual do Uaimií (Ouro Preto, MG): composição e atividade reprodutiva / Amphibians of the Floresta Estadual do Uaimií (Ouro Preto, MG): composition and reproductive activity

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/04/2011

RESUMO

O estudo aborda aspectos da riqueza, atividade reprodutiva, distribuição temporal e espacial dos anfíbios anuros da Floresta Estadual do Uaimií, município de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Pela primeira vez é apresentada uma listagem das espécies de anfíbios da área. Para o estudo de inventário foram realizadas campanhas mensais em quatro ambientes amostrais: dois riachos permanentes (Riacho do alojamento -RA e Riacho São Bartolomeu - RSB), um brejo permanente (Brejo da Estrada - BE) e um brejo temporário (Brejo do Campo Rupestre - BCR), entre o período de setembro de 2009 a agosto de 2010. Além das observações nestas áreas amostrais, foram utilizados dados coletados em outras campanhas e em outros ambientes, realizadas na área de estudo. Foram registradas 35 espécies pertencentes às famílias Brachycephalidae (2) Bufonidae (2), Centrolenidae (1), Craugastoridae (1), Cycloramphidae (2), Hylidae (18), Hylodidae (1), Leiuperidae (2), Leptodactylidae (5) e Microhylidae (1). O registro da espécie Hylodes babax, da família Hylodidae, representou o primeiro fora da sua localidade tipo. O conhecimento de informações sobre sua história natural, vocalização e descrição do girino podem ajudar na conservação da espécie. Entre os ambientes amostrados, o BE foi o ambiente mais rico, abrigando 14 espécies, seguido pelo ambiente RSB com oito e RA e BCR com sete espécies. Foram definidos cinco padrões de vocalização ao longo do ano: (1) contínuo: para espécies que vocalizaram durante todos, ou quase todos os meses (N= 2 espécies); (2) prolongado: para espécies com atividade de vocalização associada aos meses chuvosos (N= 11 espécies); (3) sazonal: para espécies com vocalização associada a estação seca (N= 1 espécie); (4) oportunista: para espécies que vocalizaram somente após chuvas (N= 1 espécie) e (5) não definido: para espécies em que não foi possível registrar um padrão definido de vocalização ((N= 7 espécies). Quanto à ocupação ambiental, nove espécies (37,5%) foram encontradas utilizando apenas um único microambiente como sítio de vocalização, enquanto 12 (50%) delas utilizaram dois e apenas três espécies (12,5%) utilizaram três ou mais microambientes. Quanto aos fatores abióticos, houve relação positiva entre a pluviosidade e a riqueza total de espécies (r = 0.6071; p = 0.04) e a riqueza de espécies em atividade de vocalização (r = 0.6255; p = 0.03; Figura 3B), considerando-se os quatro sítios amostrados conjuntamente. A temperatura média do ar não teve influência significativa sobre nenhuma das variáveis. A distribuição espacial e temporal das espécies de anuros varia de acordo com o ambiente que ocupam, parecendo se adequar aos fatores bióticos e abióticos de cada um deles. Cada espécie também parece adequar seus padrões de atividade e ocupação ambiental aos fatores bióticos a que está submetida. Estudos como este contribuem para elucidar aspectos biológicos da anurofauna, confirmando quais são os padrões mais rígidos e quais aqueles menos definidos, sujeitos a alterações segundo as peculiaridades de cada região; além de revelarem aspectos inéditos de ecologia e história natural das espécies.

ASSUNTO(S)

inventário comunidade distribuição espacial distribuição temporal zoologia community inventory spatial distribution temporal distribution

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