Anestesia por infusão contínua de etomidato e etomidato associado ao remifentanil em gatas premedicadas com acepromazina / Continuous infusion anesthesia using etomidate and etomidate associated with remifentanil in cats premedicated with acepromazine
AUTOR(ES)
Lukiya Silva Campos Favarato
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O etomidato é um derivado imidazólico, classificado como anestésico geral, não barbitúrico, com ação hipnótica de uso intravenoso. O remifentanil é um opióide μ-agonista seletivo, de ultracurta duração, que apresenta alta potência analgésica e farmacocinética singular, pois possui em sua cadeia química, um ramo lateral metiléster que permite metabolização rápida por esterases inespecíficas (carboxiesterases) presentes no sangue e nos tecidos. Foram utilizadas 20 gatas adultas hígidas, peso médio de 3,50,49 kg, sem raça definida, admitidas para ovariosalpingohisterectomia eletiva. A medicação pré-anestésica foi realizada com acepromazina na dose de 0,1 mg.kg-1, por via intramuscular, e a indução anestésica foi realizada com etomidato na dose de 3 mg.kg-1, por via intravenosa. Ato contínuo, os animais foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos de 10 animais cada, onde procedeu-se a manutenção da anestesia por 45 minutos, utilizando-se os seguintes protocolos: grupo 1 (IE) infusão contínua de etomidato na velocidade de 0,4 mg.kg-1.min-1 e grupo 2 (IER) infusão continua de etomidato na velocidade de 0,3 mg.kg-1.min-1 e remifentanil na velocidade de 0,4 μg.kg-1.min-1. Foram avaliados os seguintes parâmetros: frequência cardíaca, saturação da oxi-hemoglobina, pressão arterial sistólica, freqüência respiratória, temperatura corporal, hemogasometria arterial, dosagem de íons sódio, potássio, cálcio ionizado, cloreto, glicose, resposta autonômica aos estímulos nociceptivos, eletrocardiograma, reflexos palpebral, corneal e laringo-traqueal, período de recuperação anestésica, registro da ocorrência de efeitos adversos, osmolaridade da solução final, número total de hemácias, hematócrito, hemoglobina, bilirrubina total, direta e indireta, hemoglobina livre no plasma, haptoglobina, teste de fragilidade eritrocitária. Os tempos estabelecidos para mensuração das variáveis foram T0 (antes), anteriormente a administração da MPA; T1 (MPA), 20 minutos após a MPA; T2 (5 min), 5 minutos após a indução anestésica e intubação orotraqueal; T3 (15 min), T4 (30min), T5 (45min) e T6 (3h 45min) aos 15, 30, 45 e 3horas e 45 minutos após T2, respectivamente. As infusões contínuas de etomidato e etomidato associado ao remifentanil em gatos promovem estabilidade da frequência cardíaca e pressão arterial, hipoventilação e acidose respiratória. O etomidato por infusão contínua, não foi capaz de suprimir a resposta autonômica ao estímulo nociceptivo e, portanto inadequado para a utilização em procedimentos cirúrgicos. A associação do remifentanil ao etomidato foi capaz de controlar de forma eficiente a resposta autonômica aos diferentes estímulos nociceptivos produzidos antes e durante o procedimento cirúrgico. As infusões de etomidato e etomidato associado ao remifentanil promoveram hiperglicemia transitória durante a após a manutenção da anestesia. O etomidato, em associação ou não ao remifentanil, por infusão contínua, promove recuperação anestésica prolongada e com intensos efeitos adversos, como mioclonias e vômito. As infusões de etomidato e etomidato associado ao remifentanil, em associação à acepromazina, promovem diminuição importante na contagem de hemácias, hematócrito e hemoglobina. A infusão de etomidato, em associação ou não ao remifentanil, promove aumento da hemoglobina livre, bilirrubinemia e redução da haptoglobina, como resultado da hemólise intravascular. A infusão de etomidato em associação ou não ao remifentanil não promove o quadro clínico de icterícia ou alterações da fragilidade eritrocitária.
ASSUNTO(S)
infusão contínua etomidato hemólise rumifentanil anestesiologia animal continuous infusion etomidate hemolysis remifentanil
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