Anemia em gestantes brasileiras antes e após a fortificação das farinhas com ferro
AUTOR(ES)
Fujimori, Elizabeth, Sato, Ana Paula Sayuri, Szarfarc, Sophia Cornbluth, Veiga, Gloria Valeria da, Oliveira, Valterlinda Alves de, Colli, Célia, Moreira-Araújo, Regilda Saraiva dos Reis, Arruda, Ilma Kruze Grande de, Uchimura, Taqueco Teruya, Brunken, Gisela Soares, Yuyama, Lucia Kiyoko Ozaki, Muniz, Pascoal Torres, Priore, Silvia Eloiza, Tsunechiro, Maria Alice, Frazão, Andréa das Graças Ferreira, Passoni, Cynthia R Matos Silva, Araújo, Claudia Regina Marchiori Antunes
FONTE
Revista de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
14/10/2011
RESUMO
OBJETIVO: Comparar prevalência de anemia e valores de hemoglobina (Hb) em gestantes brasileiras, antes e após a fortificação das farinhas com ferro. MÉTODOS: Estudo de avaliação de painéis repetidos, desenvolvido em serviços públicos de saúde de municípios das cinco regiões brasileiras. Dados retrospectivos foram obtidos de 12.119 prontuários de gestantes distribuídas em dois grupos: antes da fortificação, com parto anterior a junho de 2004, e após a fortificação, com última menstruação após junho de 2005. Anemia foi definida como Hb < 11,0 g/dL. Valores de Hb/idade gestacional foram avaliados segundo dois referenciais da literatura. Foram utilizados teste qui-quadrado, t de Student e regressão logística, com nível de 5% de significância. RESULTADOS: Na amostra total, anemia caiu de 25% para 20% após fortificação (p < 0,001), com médias de Hb significativamente maiores no grupo "após" (p < 0,001). Observaram-se, entretanto, diferenças regionais importantes: reduções significativas nas regiões Nordeste (37% para 29%) e Norte (32% para 25%), onde as prevalências de anemia eram elevadas antes da fortificação, e reduções menores nas regiões Sudeste (18% para 15%) e Sul (7% para 6%), onde as prevalências eram baixas. Os níveis de Hb/idade gestacional de ambos os grupos se mostraram discretamente mais elevados nos primeiros meses, porém bem mais baixos após o terceiro ou quarto mês, dependendo da referência utilizada para comparação. Análise de regressão logística mostrou que grupo, região geográfica, situação conjugal, trimestre gestacional, estado nutricional inicial e gestação anterior associaram-se com anemia (p < 0,05). CONCLUSÕES: A prevalência de anemia diminuiu após a fortificação, porém continua elevada nas regiões Nordeste e Norte. Embora a fortificação possa ter tido papel nesse resultado favorável, há que se considerar a contribuição de outras políticas públicas implementadas no período estudado.
ASSUNTO(S)
gestantes anemia ferropriva farinha alimentos fortificados cuidado pré-natal
Documentos Relacionados
- Níveis de hemoglobina e prevalência de anemia em gestantes atendidas em unidades básicas de saúde, antes e após a fortificação das farinhas com ferro
- Prevalência de anemia em gestantes e a fortificação de farinhas com ferro
- Fortificação das farinhas com ferro e controle da anemia em gestantes de Teresina, Piauí, Brasil
- Anemia e nível de hemoglobina em gestantes de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, antes e após a fortificação compulsória de farinhas com ferro e ácido fólico, 2003-2006
- Prevalência de anemia em gestantes atendidas em uma maternidade social: antes e após a fortificação das farinhas com ferro