Analysis of the Excess of Papanicolaou Tests in Brazil from 2006 to 2015

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo Objetivo Analisar a quantidade de exames cérvico-vaginais, também chamados de Teste de Papanicolau, entre os anos de 2006 e 2015 em todos os estados brasileiros, bem como verificar o número de exames realizados fora da faixa etária indicada, e o impacto econômico desse excesso. Métodos Os dados foram coletados a partir da base de dados do Ministério da Saúde chamada Sistema de Informação do Câncer do Colo de Útero (SISCOLO), que reúne os resultados de exames realizados em todo o Brasil pelo sistema único de saúde (SUS). A partir disso, foi analisado o número de exames e a faixa-etária de realização dos mesmos; além disso, esses números foram estratificados de acordo com o estado brasileiro de origem do exame. Foi verificada a quantidade de exames fora da idade recomendada, e, assim, foi observado o impacto econômico gerado. Resultado Entre 2006 e 2015, 87.425.549 exames de Papanicolau foram realizados no Brasil. Deste montante, 20.215.052 testes foram realizados fora da faixa-etária preconizada pelo Ministério da Saúde do Brasil, o que equivale a 23,12% do total. A partir desse número, considerando que cada exame cérvico -vaginal realizado pelo SUS gera um custo de R$ 7,30 para o governo, de acordo com informações na Tabela SUS datada de setembro de 2018, foram gastos R$ 147.569.880 em exames realizados sem indicação. Conclusão No Brasil, no protocolo do Ministério da Saúde sobre as práticas adequadas em coleta de exames cérvico-vaginais, sendo sua edição mais recente de 2016, a recomendação é realizar o teste de Papanicolau em mulheres dentro de uma faixaetária específica, na qual a chance de se diagnosticar uma lesão supera o ônus de um sobrediagnóstico ou uma lesão com grande potencial de regressão. Entretanto, essa recomendação não tem sido seguida corretamente, gerando mais de 20 milhões de exames excedentes e umcusto monetário exorbitante para o sistema público de saúde. É importante que medidas sejam tomadas para que o protocolo seja empregado corretamente a fim de reduzir riscos para a paciente, bem como a redução de gastos desnecessários para o SUS.

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