Análises físico-químicas e virucidas da fermentação com cobertura e sem amontoamento da cama de aves

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A fermentação de cama de frangos de corte tem sido recomendada como método de viabilização da sua reutilização, por promover a diminuição da carga de microrganismos para lotes consecutivos. Um experimento-piloto foi conduzido para se avaliar condições controladas de fermentação e seus efeitos sobre a infecciosidade dos vírus da doença de Newcastle (VDN) e da doença de Gumboro (VDIB). Foi coletada cama de um lote de galinhas SPF, homogeneizada e distribuída em grupos experimentais. Desta forma, esses grupos experimentais foram divididos em dois subgrupos, de acordo com o tratamento de fermentação coberta com lona plástica ou não, sendo, assim, inoculados com VDN estirpe La Sota, a 108,21 doses infectantes para 50% dos embriões (DIE50)/ kg de cama ou com VDIB estirpe Lukert, a 102,69 DIE50/ kg de cama, em experimentos cronologicamente separados. A temperatura da cama foi mensurada diariamente, e, de amostras de cama coletadas aos dias 0, 4, 8, e 11, foram mensuradas os níveis de NH3 volatilizada. Outro experimento a campo foi realizado de maneira similar, com dois grupos (coberto ou não) e amostras de camas de lotes de frangos, vacinados com VDIB, foram coletadas nos dias 0 e 12 de fermentação para avaliação da infecciosidade viral. Para essa avaliação, foram selecionados ovos embrionados de galinha SPF com 10 dias de incubação, inoculando-os com extratos obtidos da cama, depois de clarificados e tratados com solução de antibióticos, com seis repetições por grupo experimental. Amostras de cama foram coletas aos dias 0, 4, 8 e 12 de fermentação para medições de umidade, pH e NH3 e a temperatura da cama mensurada diariamente. O VDN foi completamente inativado em camas submetidas a 8 ou mais dias de fermentação, cobertas ou não. O VDIB não foi inativado em nenhum dos tratamentos que a cama foi submetida. A inativação de VDN pareceu ser mediada pela NH3 ou por efeitos de outros fatores físico-químicos, mas não pela temperatura de fermentação, que não atingiu níveis suficientes de inativação. Os valores de umidade, pH e NH3 apresentaram diferenças significativas na cama fermentada coberta. Conclui-se que, a reciclagem da cama para lotes subsequentes, pelo método da fermentação com cobertura por 12 dias, demonstrou ser segura para inativação do VDN. No entanto, cama em reuso pode não ser segura no que se refere ao VDIB.

ASSUNTO(S)

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