Análise sismoestratigráfica dos depósitos sinrifte da Formação Coqueiro Seco (Aptiano inferior a médio), Bacia de Sergipe-Alagoas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A Formação Coqueiro Seco compreende uma espessa sucessão de estratos sinrifte de idade eo a mesoaptiana, correspondente aos andares locais Jiquiá e parte do Alagoas inferior. Essa formação representa sistemas fluvio-deltaico-lacustres. Ocorre desde a porção norte da sub-bacia de Sergipe até o extremo nordeste da sub-bacia de Alagoas, podendo atingir, no baixo de Alagoas, espessuras da ordem de 3000 metros. O principal objetivo do presente trabalho é a proposição de um arcabouço estratigráfico para a Formação Coqueiro Seco, por meio de análise sismoestratigráfica, utilizando os conceitos básicos da Estratigrafia de Seqüências como metodologia geral. Dados sísmicos de reflexão e perfis de poços compõem o banco de dados empregado. O arcabouço hora proposto foi construído a partir do reconhecimento de ciclos transgressivos-regressivos, com base na distinção e identificação de padrões de empilhamento e superfícies-chave. A sucessão estudada foi subdivida em três seqüências transgressivasregressivas (T-R), limitadas por discordâncias de caráter erosivo. A seqüência inicial S(t-r)1 recobre discordantemente as coquinas Morro do Chaves. Seu limite inferior aparece muito bem marcado em dados de poço, correspondendo a uma brusca variação nos perfis de resistividade e sônico. Sua resposta sísmica é caracterizada por fortes reflexões, paralelas e contínuas, derivadas do forte contraste de impedância acústica entre os arenitos e folhelhos e os bancos de coquinas sotopostos. A seqüência S(t-r)2 registra a transgressão mais bem preservada na área, representada regionalmente por uma superfície de inundação máxima. Sua identificação é também bem evidente nos perfis de poço e é sismicamente caracterizada por eventos com fortes amplitudes. A discordância regional pré-Alagoas encerra a deposição da seqüência S(t-r)3 que é a mais superior do intervalo estudado e incorpora uma peculiar ocorrência evaporítica. Comum a todas as seqüências, o trato de sistema transgressivo é identificado pelo diagnóstico padrão retrogradacional, em um perfil de granodecrescência ascendente, com base assinalada por corpos arenosos de padrão em caixa. Seu topo é delimitado pela superfície de inundação máxima, normalmente associada a fortes refletores de expressão regional. O trato regressivo, por sua vez, caracteriza-se pelo padrão progradacional, em um perfil de granocrescência para o topo. Na sísmica, corresponde a clinoformas progradantes sobrepostas à superfície de inundação máxima. O distinto caráter cíclico deposicional observado constitui-se, basicamente, por um arranjo de litofácies em uma marcante alternância de arenitos de diversas granulações, folhelhos e siltitos. Variações de espessuras são relacionadas aos elementos estruturais, tais como falhas e calhas tectônicas. Mapas de sismofácies denotam prováveis direções de aporte sedimentar advindos da borda falhada e da margem flexural da bacia. A sedimentação Coqueiro Seco se insere em um contexto paleofisiográfico de uma extensa rampa flexural que se formou por uma sucessão de recursivas fases transgressivas e regressivas, associadas à típica geometria rifte. Seu arranjo sedimentar é assinalado sismicamente por: uma configuração de refletores essencialmente, contínuos e paralelos, interpretados como da fase transgressiva, em feições de onlap; um conjunto de configurações de refletores oblíquos, interpretados como clinoformas progradantes da fase de preenchimento regressivo, em terminações de downlap; e, por fim, feições de truncamento erosional que demarcam os limites de seqüências.

ASSUNTO(S)

sergipe-alagoas basin estratigrafia sergipe-alagoas, bacia de (se e al) coqueiro seco formation formação coqueiro seco sismologia transgressive-regressive (t-r) sequences stacking patterns key surfaces

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