Analise quimica e nutricional da especie selvagem de amendoim Arachis villosulicorpa

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

1982

RESUMO

A espécie selvagem brasileira de amendoim Arachis villosulicarpa foi objeto de um estudo de caracterização química e biológica, através do qual o cultivar Tatu foi usado como testemunha, representando a espécie comercial Ararachis hypogaea L. Os aminoácidos totais e livres, assim como o valor nutritivo da fração nitrogenada na farinha desengordurada foram determinados. A composição em ácidos graxos e o perfil de açúcares livres foram também determinados na fração lipídica e glicídica respectivamente.O óleo e a farinha desengordurada foram obtidos mediante prensagem e extração com solvente de lotes de 4 Kg de sementes.A composição atípica em ácidos graxos do óleo da espécie selvagem foi confirmada mediante cromatografia gasosa de derivados metil éster dos ácidos em coluna DEGS à 10%. Os ácidos linoléico (51%) e oléico (15%) se encontram nesta espécie em proporções que lembram mais o óleo de milho do que o de amendoim. Também ácidos graxos de cadeias muito longas estão presentes em quantidades relativamente altas. Após extração dos sacarídeos solúveis com uma mistura de metanol: clorofórmio: água (1:1: 1), seguida de reação para converter os açúcares nas correspondentes oximas e determinação dos derivados trimetilsililados, encontrou - se quantidades menores de sacarose e maltose na espécie A. villosulicarpa. O teor de sacarose nesta espécie foi apenas de 60% do total encontrado para Tatu, o que não deixa de surpreender uma vez que o sabor da espécie selvagem é mais adocicado. Inositol, melibiose e rafinose foram sacarídeos encontrados em maior concentração na espécie A. villosulicarpa.A partir dos resultados da hidrólise total da proteína por cinco tempos diferentes, pode-se concluir que treonina, cistina, metionina e triptofano estão presentes em maior concentração na espécie A. villosulicarpa do que no controle Tatu. No levantamento do perfil de aminoácidos livres, foram testados três sistemas de extração: ácido tricloroacético (TCA), ácido sulfossalisílico (SSA) e a mistura metanol: clorofórmio: água (MCW, 60: 25:15). O sistema TCA foi mais eficiente que o MCW, mas equivalente ao SSA. Este último, porém, propiciou maior resolução nos cromatogramas durante a análise. Ácido glutâmico, asparagina e arginina foram os aminoácidos livres mais abundantes. A espécie selvagem, de modo geral, apresentou maiores concentrações na maioria dos aminoácidos livres com excessão de fosfoserina, taurina, ácido aminoadípico, prolina, ácido α-aminobutírico e isoleucina. Avaliação biológica da proteína com ratos, sugeriu que a qualidade protéica da espécie A. villosulicarpa foi igual ou ligeiramente superior ã proteína da variedade Tatu. Os valores de "NPU" e "NPR" foram 44,23 e 3,71 para a espécie selvagem, e 42,38 e 3,43 para a variedade Tatu respectivamente.

ASSUNTO(S)

amendoim agricultura

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