Análise prospectiva de pródromos de crises epilépticas em pacientes com epilepsias refratárias
AUTOR(ES)
Fernanda Almeida Bastos
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
27/03/2012
RESUMO
Introdução: A antecipação de crises epiléticas pode permitir intervenções agudas para reduzir danos físicos e psicológicos associados à ocorrência de crises inesperadas. Dados recentes sugerem que anormalidades elétricas desenvolvem-se durante muitas horas antes de uma crise, podendo ser clinicamente identificadas como pródromos de crises epilépticas. Objetivos: Nosso estudo se propôs a determinar, de forma objetiva e verificável, os tipos, a prevalência, a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo dos pródromos em pacientes com epilepsia parciais refratárias, assim como estudar os correlatos clínicos e psiquiátricos destes sintomas premonitórios. Métodos: Foram estudados 55 pacientes adultos, com pelo menos uma crise parcial gravada por monitoração por vídeo-EEG. Os pacientes observaram diversos sintomas que foram associados às crises iminentes, e estas informações foram registradas diariamente e complementadas pelos dados do registro da ocorrência real de crise epiléptica, de acordo com o vídeo-EEG. Dados clínicos e psiquiátricos detalhados foram correlacionados com as ocorrências de pródromos. Resultados: Trinta e seis pacientes (65%) relataram sintomas de pródromos, ocorrendo em uma mediana de 12 horas antes das crises epilépticas. Metade destes sintomas foram relacionados à alteração de humor. Sexo feminino, frequência de crises alta e história de transtorno depressivo grave, foram correlacionados, de modo independente, com a ocorrência dos pródromos. A especificidade média e o VPP ficaram um pouco acima de 80%, contrastando com a sensibilidade, e o VPN, um pouco abaixo de 60%. Conclusão: Pródromos, em um contexto de avaliação pré-cirúrgica, são comuns em pacientes com crises refratárias à medicação, devendo os mesmos ser discutidos com os pacientes, como um meio de antecipar as crises epilépticas e, assim, minimizar os danos ocasionados por estas. O desenvolvimento de intervenções agudas, para prevenir as crises no momento em que os pródromos ocorrem, torna-se uma possibilidade interessante.
ASSUNTO(S)
medicina neurociÊncia epilepsia sintomas manifestaÇÕes neurocomportamentais eletroencefalografia medicina
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4116Documentos Relacionados
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