Análise inseticida de extratos de plantas do bioma Cerrado sobre triatomíneos e larvas de Aedes aegypti
AUTOR(ES)
André Afonso Machado Coelho
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
A transmissão da doença de Chagas para o homem ocorre, principalmente, por meio de fezes de hemípteros hematófagos (Triatominae), os quais ingerem o Trypanosoma cruzi ao se alimentarem do sangue de pessoas ou animais infectados. A dengue é uma doença viral transmitida, principalmente, pelo mosquito Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae). O controle vetorial ainda é a melhor profilaxia. Entretanto, várias populações desses insetos demonstraram resistência a vários pesticidas comumente utilizados, indicando a necessidade do desenvolvimento de novos inseticidas eficazes no controle desses vetores. Assim, foi avaliada a atividade inseticida de extratos vegetais em ninfas do quarto estádio de Rhodnius milesi Carcavallo, Rocha, Galvão &Jurberg, 2001 (Hemiptera: Reduviidae), do primeiro estádio de Dipetalogaster maxima (Uhler, 1894) e em larvas do terceiro estádio de A. aegypti, em condições de laboratório. Para o teste tópico nos triatomíneos, foram aplicados 50 g de cada extrato nos tergitos abdominais de dez ninfas, em duplicata. Como controles, foram utilizados insetos tratados com etanol, acetona ou sem nenhum tipo de tratamento. Os triatomíneos foram observados durante 28 dias. Para a aplicação em A. Aegypti, cada extrato foi testado a uma concentração de 500 g/mL. Para cada amostra, dez larvas de 3 estádio foram testadas em triplicata e os resultados foram registrados após 24h. Triatomíneos: Extratos hexânicos e etanólicos de Simarouba versicolor, Guarea kunthiana, Guarea guidonia e Talauma ovata causaram uma taxa de mortalidade entre 20% e 95% em R. milesi em comparação com os controles, onde não houve mortalidade dos insetos. Nenhum extrato foi ativo em D. maxima. A. aegypti: os extratos hexânico da madeira da raiz de Duguetia furfuracea e diclorometânico da folha de Kielmeyera coriacea apresentaram alta toxicidade em larvas de A. aegypti com uma CL50 igual a 65,24 g/mL e 112,79 g/mL, respectivamente. Sugere-se que os extratos etanólico da casca da raiz de S. versicolor e hexânico da raiz de G. guidonia, os quais foram responsáveis pela mortalidade de 95% e 75%, respectivamente, e os extratos hexânico da madeira da raiz de D. furfuracea e diclorometânico da folha de K. coriacea devem ser quimicamente investigados e monitorados por ensaios biológicos a fim de determinar seus componentes inseticidas a serem utilizados como modelos moleculares ou como compostos biorracionais nos programas de controle de insetos
ASSUNTO(S)
controle de insetos triatomíneos farmacognosia extrato bruto aedes aegypti
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