Análise fitossociológica do sub-bosque de florestas com araucária e sua relação fitogeográfica com outras formações da Floresta Atlântica s.l / Understory phytosociological analysis of forests with araucaria and its phytogeographic relation with other phytogeographic of the s.l. Atlantic Forest formations

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/11/2011

RESUMO

O foco desta dissertação é o sub-bosque da floresta com araucária. Estudos com o seu componente arbóreo têm mostrado que esta formação possui uma área core no sul do Brasil, com limite no sul do estado de São Paulo. Entretanto, ainda não se sabe se o componente de sub-bosque corrobora esta delimitação fitogeográfica. Esta dissertação pretende contribuir para o conhecimento do sub-bosque de floresta com araucária e a sua delimitação fitogeográfica perante as demais formações florestais da Floresta Atlântica. A uma matriz de dados de espécies de sub-bosque pré-existente, acrescentamos novos dados, inclusive dos inventários que realizamos em quatro trechos de floresta com araucária em São Paulo, dois na presumida área core, Barra do Chapéu ("BC?: 24º28?19??S e 49º01?48??W; 803 msm) e Itaberá ("IT?: 23º50?55??S e 49º08?27??W; 705 msm); e dois em áreas disjuntas, Bananal ("BA?: 22º45?34´´S e 44º18´53´´W; 1011 msm) e Campos do Jordão ("CJ?: 45º27´52´´W e 22º41´30´´S; 1500 msm). Em cada localidade, dentro de cada uma das 50 parcelas contíguas previamente instaladas de 10 x 20 m (1 ha) (exceto em Bananal: 43 parcelas, 0,86 ha), alocamos cinco subparcelas de 1 x 1 m nas quais registramos dados florísticos e estruturais dos componentes residentes do sub-bosque: bambusóides, ervas, subarbustos, arbustos, trepadeiras e pequenas árvores. Análises multivariadas aplicadas a dados florísticos das regiões sul e sudeste do Brasil não permitiram o claro reconhecimento de espécies peculiares ao sub-bosque residente de Floresta Ombrófila Mista (FOM). Aparentemente por razões climáticas, localidades ao sul de Torres (RS) (grupo sul-rio-grandense), exceto o nordeste do estado, se separaram das demais localidades ao norte na Serra do Mar. O clima estacional distinguiu um terceiro bloco. As florestas com araucária do sul do país se aproximaram do "grupo sul-rio-grandense?. Localidades de FOM do Paraná e Santa Catarina se agruparam na TWINSPAN, mas apenas parcialmente na UPGMA. Este agrupamento pode representar a região core de distribuição das espécies de sub-bosque da floresta com araucária, mas demanda confirmação, pois o número de estudos nestes locais ainda é baixo. As florestas com araucária de São Paulo apresentaram-se similares às florestas estacionais do entorno. Dentro do estado de São Paulo, as quatro localidades que descrevemos separaram-se como blocos florísticos distintos. Campos do Jordão apresentou a área mais homogênea. Itaberá apresentou a maior heterogeneidade entre parcelas, aparentemente relacionada à variação de luz proporcionada pela caducifolia das árvores do dossel. Análise da curva de rarefação mostrou que Bananal, Campos do Jordão e Barra do Chapéu possuem riqueza e diversidade semelhantes e maiores que em Itaberá. Ervas e arbustos apresentaram riqueza e abundância estatisticamente maiores em Campos do Jordão e Bananal, enquanto que Barra do Chapéu e, principalmente, Itaberá se destacaram pela abundância de trepadeiras. Não se observou relação entre riqueza de espécies ruderais e o estado aparente de conservação das áreas. Duas novas espécies registradas, uma em Bananal e outra em Campos do Jordão, evidenciaram o conhecimento ainda falho sobre o sub-bosque da Floresta Atlântica, o que dificulta a análise da delimitação fitogeográfica das suas fitofisionomias.

ASSUNTO(S)

biogeografia estrato herbário-arbustivo comunidades vegetais floresta ombrófila mista - mata atlântica herbal-shrub layer biogeography plant communities mixed ombrophyla forest

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