Análise filogenética do circovírus suíno tipo 2 no Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Foi realizado o estudo da diversidade genética do Circovírus Suíno do Tipo 2 (CVS-2), identificação e discriminação dos genogrupos baseados na sequência da ORF3 do CVS-2 de animais com sintomas clínicos das Síndromes Associadas à Circovirose Suína (SACS). Além da correlação das lesões histopatológicas observadas em animais com sinais clínicos compatíveis com a SACS e o Complexo das Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS). A amostragem do trabalho foi realizada com pool de extratos de tecidos linfóides e não linfóides de suínos oriundos de granjas dos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As lesões macroscópicas foram descritas à necropsia e os fragmentos de órgãos linfóides e não linfóides foram submetidos ao isolamento e identificação de agentes coinfecciosos bacterianos, titulados para quantificação de vírus infeccioso além de processados e corados pela Hematoxilina e Eosina para avaliação histopatológica. Os principais achados histopatológicos foram folículos linfóides com depleção linfóide e infiltrado inflamatório histiocitário, pneumonia broncointersticial, nefrite intersticial linfohistiocitária multifocal. As lesões microscópicas foram classificadas em discretas, moderadas e severas e comparadas com o título infeccioso obtido em pool destes tecidos, e associadas ao estudo filogenético da ORF3 do Circovírus Suíno tipo 2 (CVS-2). As lesões macro e microscópicas e a frequência dos principais achados foram compatíveis com o descrito para animais com SACS. A avaliação microbiológica identificou 6% de Bordetella bronchiseptica, 7% de Escherichia coli, Actinobacillus pleuropneumoniae e Pasteurella multocida do tipo D, 10% de Haemophilus parasuis, 20% de Streptococcus suis e 23% de Pasteurella multocida do tipo A. A relação entre os achados histopatológicos e as coinfecções sugeriram associação entre CVS-2 e o Complexo de Doenças Respiratórias indicando efeito sinérgico na imunossupressão do hospedeiro pelos microorganismos. Todas as amostras foram submetidas à reação em cadeia da polimerase (PCR) para amplificação das regiões da ORF2 e ORF3 do CVS-2; os produtos de PCR obtidos foram purificados e sequenciados visando o estudo filogenético do vírus. Para a avaliação filogenética, as amostras foram submetidas ao alinhamento de nucleotídeos e aminoácidos e construção da árvore filogenética baseada no método de Neighbor Joining. Os resultados da avaliação filogenética da ORF2 do CVS-2 demonstraram que em todas as amostras estudadas o CVS-2 circulante pertencia ao grupo 1 e subgrupos 1A e 1B. A freqüência dos subgrupos foi marcada por uma grande diferença, pois, enquanto 88,5% das amostras foram classificadas no subgrupo 1A, apenas 11,5% foram classificadas no subgrupo 1B. O alinhamento das sequências da ORF3 permitiu dividir as amostras em três genogrupos: SG1, SG2 e SG3. Para a ORF3 foi realizada, ainda, a análise de pressão seletiva e filogeografia sendo possível observar seleção positiva com p0,95% nas posições 41, 102 e 104 da ORF3. A filogeografia possibilitou distinguir a distribuição das amostras nos três genogrupos e suas correlações. Os genogrupos SG1, SG2, SG3, foram distribuídos em 14 haplótipos. Foi observado o predomínio de SG3, uma vez que este genogrupo esta presente em todos os nove estados analisados, sendo considerado derivador devido a sua ampla dispersão. Além disso, foi possível determinar a presença de amostras pareadas dos genogrupos SG2 e SG3 num mesmo sitio de coleta, indicando a circulação de variantes diferentes na mesma propriedade em datas diferentes. A relação entre os genogrupos da ORF3 e a classificação do CVS-2 demonstrou que o SG1 e SG2 pertenciam ao subgrupo 1B enquanto o SG3 foi agrupado em 1A

ASSUNTO(S)

veterinária teses.

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