Análise espacial de remanescentes florestais como subsídio para o estabelecimento de unidades de conservação

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/02/2012

RESUMO

O quadro atual de fragmentação dos remanescentes de vegetação natural no interior de São Paulo gera a necessidade de ações urgentes para a conservação. A priorização de áreas é o primeiro passo para a elaboração de estratégias para conservação da biodiversidade, pois permite o direcionamento dos esforços e recursos para conservação e subsidia a elaboração de políticas públicas de ordenamento territorial. Nesse sentido, o presente estudo objetivou analisar a distribuição espacial dos fragmentos de vegetação natural e fornecer subsídios para o estabelecimento de Unidades de Conservação no Município de Sorocaba/SP. Elaborou-se o mapa de remanescentes de vegetação natural (escala 1:2.000) por meio de vetorização em tela utilizando-se fotografias aéreas de 2006 com escala 1:20.000. Os mapas de hidrografia e curvas de nível foram utilizados na elaboração do mapa de Áreas de Preservação Permanente (APP). Para a elaboração do mapa de áreas prioritárias à conservação foram empregadas as seguintes métricas: Área (em hectares); PROX (conectividade entre os fragmentos) e SHAPE (relação entre perímetro e área). As métricas foram valoradas e atribuiu-se peso a cada uma delas. Os resultados apresentaram um alto grau de fragmentação de habitat, com apenas 16,68% do território municipal com cobertura florestal e 62% dos fragmentos menores que 1ha, e o maior fragmento apresentando cerca de 300ha. 19% do território municipal é APP, e desta área apenas 45% possui cobertura florestal (50% de toda a cobertura florestal do município). A restauração de todas as APP representaria um incremento de 11% na cobertura florestal de todo o território, passando de 16,68% para 28% e também o surgimento de fragmentos maiores que 3.000 ha. As áreas com maior prioridade para conservação apresentam-se na região sudeste do município, maior parte nas áreas rurais ainda existentes. Outra área com alta prioridade apareceu na margem do rio Pirajibú. Com exceção da área pública denominada Parque Mário Covas, as demais áreas com prioridade muito alta encontram-se em propriedades particulares, o que deve levar a um incentivo de criação de UC particulares. O atual quadro de escassez de remanescentes florestais do município gera uma demanda por ações imediatas de conservação e restauração ecológica. As estratégias devem envolver a parada e se possível a reversão do processo de degradação dos ecossistemas naturais. Desse modo, o município deve assegurar a conservação dos remanescentes por meio de UC públicas ou particulares, e deve implantar um programa de restauração ecológica envolvendo diversos atores como escolas, indústrias, ONGs e outros setores. Considerando que a expansão da cidade é um processo contínuo, o planejamento territorial deve ser feito de forma a conciliar as demandas por infra-estrutura com a conservação dos remanescentes florestais. Os planos de expansão urbana e industrial devem ser integrados aos planos de conservação e restauração das áreas naturais, previstos na Política Municipal de Meio Ambiente.

ASSUNTO(S)

unidades de conservação ecologia ecologia da paisagem fragmentation sorocaba semi-deciduous forest geographic information system gestão ambiental

Documentos Relacionados