Análise dos fatores que influeciam a qualidade de vida de atletas paraolímpicos em ambientes de treinamento e competição

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A busca pela qualidade de vida tem se tornado cada vez mais intensa na sociedade atual. No âmbito esportivo não é diferente. Os atletas vêm buscando formas de melhorar a qualidade de vida e conseqüentemente obter um melhor desempenho esportivo. No que diz respeito a atletas paraolímpicos, ou seja, atletas com deficiência que se encontram inseridos no contexto do esporte de alto nível, têm havido manifestações cada vez mais significativas e direcionadas para a obtenção do bem-estar e auto-estima dos mesmos. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi identificar e analisar a percepção da qualidade de vida geral de atletas paraolímpicos, bem como os fatores que influenciam a mesma, em ambientes de treinamento e competição. Participaram desse estudo, 144 atletas (41 feminino, 103 masculino), de 13 diferentes modalidades esportivas (38 coletivas e 106 individuais), com média de idade de 31,3 anos (± 9,16 anos). Os instrumentos utilizados foram um questionário demográfico usado para investigar aspectos como idade, experiência, modalidade esportiva, dinâmica de treinamento, motivação para a prática esportiva, tipo de deficiência e nível dos campeonatos os quais participou. Usou-se o questionário de qualidade de vida geral da Organização Mundial de saúde, WHOQOL-Bref, que verifica como está o nível de satisfação do atleta em relação a sua vida e seu ambiente diário e também o Questionário de Qualidade de Vida para Atletas (QQVA). Obteve-se consistência interna superior a 0,70 para ambos os instrumentos. Quanto à percepção de qualidade de vida geral, obtida através do WHOQOL-Bref, os resultados mostraram que, de modo geral, a maioria dos atletas encontra-se satisfeita com a sua qualidade de vida enquanto que apenas 2,1% da amostra classifica a mesma como ruim. Não houve diferenças significativas nas comparações entre gêneros e nas comparações entre deficiência congênita e adquirida. Já na análise do QQVA, destacam-se, na dimensão biológica, fatores como intervalos adequados de descanso e recuperação nos treinamentos e competições, qualidade dos serviços médico e fisioterápico e qualidade da alimentação. Na dimensão psicológica, os fatores citados como de maior influencia foram ter o desempenho reconhecido por outras pessoas, nível de autoconfiança e nível de concentração. Quanto à dimensão social destacaram-se fatores como o prazer nos treinamentos e competições, o relacionamento com o treinador, equipe técnica e dirigentes, bem como a comunicação e o entrosamento entre os membros da equipe técnica. Na comparação entre os gêneros, não se observou diferença significativa na percepção entre os mesmos. Entretanto, verificou-se que na comparação dos resultados do QQVA, o grupo de atletas masculinos apresentou maiores escores para o domínio social enquanto que o grupo de atletas do gênero feminino apresentou maiores escores no domínio psicológico. Também não foram encontradas diferenças significativas na comparação entre deficiência congênita e adquirida. Conclui-se, com base na Teoria da Ação, que as situações mais percebidas pelas mulheres como favoráveis à qualidade de vida foram as relacionadas aos aspectos subjetivos, enquanto as mais percebidas pelos homens foram as relacionadas ao meio ambiente.

ASSUNTO(S)

educação física teses atletas teses esportes para deficientes teses qualidade de vida teses

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