Análise do padrão alimentar de pacientes litiásicos: similaridades com o padrão de dieta DASH

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Nephrol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

Resumo Estudos epidemiológicos recentes mostraram que os padrões alimentares podem ter um impacto mais persistente sobre o risco de formação de cálculos do que apenas os nutrientes da dieta. A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), uma dieta pobre em sódio e rica em frutas/vegetais, tem sido associada a um menor risco de nefrolitíase, devido às alterações metabólicas urinárias. Este estudo observacional teve como objetivo investigar se o padrão alimentar de pacientes litiásicos (Lit) se assemelhava a uma dieta estilo DASH e sua influência nos parâmetros litogênicos urinários. Dados antropométricos, amostra de soro em jejum, amostras de urina de 24 horas e um registro de ingestão alimentar de 3 dias sob dieta irrestrita foram obtidos de 222 Lit e comparados com 136 indivíduos não-Lit (controles). As porções de alimentos do padrão de dieta DASH foram determinadas a partir dos registros alimentares, enquanto a ingestão de cloreto de sódio (NaCl) e proteína (Equivalente Protéico do Aparecimento de Nitrogênio Urinário, PNA) foram estimadas a partir da uréia e sódio urinários de 24 horas. Um perfil alimentar próximo a uma dieta estilo DASH não foi observado em nenhum dos grupos. A ingestão de NaCl e PNA foram significativamente maiores nos Lit versus não-Lit (12,0 ± 5,2 v.s. 10,1 ± 3,4 g/dia, p = 0,01 e 1,8 ± 0,1 v.s. 1,4 ± 0,1 g/kg/dia, p = 0,03). Os Lit exibiram uma correlação positiva entre a ingestão de NaCl e PNA com cálcio, oxalato e ácido urinários, e de PNA com sódio urinário. Os Lit consumiram mais vegetais e leguminosas, mas menos frutas e lácteos com teor reduzido de gordura do que os não-Lit. A presente série apresentou um padrão alimentar caracterizado por reduzido consumo de cálcio e elevado em sal e proteínas, não refletindo um padrão ideal de dieta DASH.

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