Análise do fluxo sanguíneo da artéria oftálmica por ultrassonografia Doppler em recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A prematuridade está associada com uma alta incidência de complicações no período neonatal sendo uma das mais importantes a retinopatia da prematuridade (ROP) e suas seqüelas: ambliopia, estrabismo, cegueira. Estudos indicam que alterações no fluxo sanguíneo retiniano estão envolvidas na patogênese da ROP causando um crescimento vascular anormal dos vasos da retina. A análise por ultrassonografia Doppler (USD) dos vasos da órbita permite uma estimativa do fluxo sanguíneo local. Objetivo: estabelecer valores de velocidade do fluxo sanguíneo e de seus índices na artéria oftálmica em recém-nascidos pré-termos de muito baixo peso (RNPTMBP) "saudáveis" do nascimento até a alta. Metodologia: Coorte de recémnascidos pré-termos de muito baixo peso, nascidos na UTI Neonatal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) no período de agosto de 2006 a abril de 2008. Foram obtidas as medidas de velocidade sistólica (VS), velocidade diastólica (VD), índice de pulsatilidade (IP) e índice de resistência (IR) da artéria oftálmica por USD nas primeiras 24 horas de vida, com sete dias, com 28 dias e no momento da alta hospitalar. Incluímos RN com peso de nascimento abaixo de 1500 gramas e idade gestacional <= 32 semanas, sem ROP graus 2 e 3, e sem hemorragia peri-intraventricular (HPIV) graus 3 e 4. A análise estatística foi realizada utilizando teste t pareado e análise de variância (ANOVA). Resultados: Foram estudados 46 RNPTMBP (92 olhos examinados). No primeiro exame os valores em média do fluxo sanguíneo e índices da artéria oftálmica foram: VS 18,42 cm/s; VD 6,22 cm/s; IP 1,40; IR 0,70 e com 28 dias de vida: VS 22,38 cm/s; VD 6,97 cm/s; IP 1,51; IR 0,75 (p<0.001). Não houve diferença significativa entre as medidas obtidas no olho direito e no esquerdo, e entre primeiro e segundo exames. Da mesma forma, as medidas obtidas com 28 dias de vida foram similares aquelas no momento da alta hospitalar. Conclusão: Ocorre uma elevação nas velocidades de fluxo sanguíneo da artéria oftálmica do período pós-natal até a alta em recémnascidos pré-termo de muito baixo peso de nascimento "saudáveis". Os índices calculados não mostraram diferença estatisticamente significativa. O conhecimento deste padrão normal poderá auxiliar na prevenção e no screening para detecção de doença ocular.

ASSUNTO(S)

retinopatia da prematuridade blood flow velocity ophthalmic artery artéria oftálmica preterm infants velocidade do fluxo sanguíneo recém-nascido de muito baixo peso retinopathy of prematurity prematuro

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