Análise de polimorfismos nos genes dos receptores de serotonina 5-HT1A e 5-HT2A em pacientes deprimidos que tentaram suicídio

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente pesquisa pretende mostrar que a participação de polimorfismos específicos podem favorecer ou fornecer uma vulnerabilidade maior a determinados indivíduos que, quando submetidos a condições específicas de estresse, podem tentar o suicídio. Nos últimos anos, vem crescendo na literatura científica o número de estudos que demonstram que o cérebro de vítimas de suicídio apresenta uma alteração nos receptores de serotonina. Este estudo teve como objetivo verificar a frequência dos polimorfismos dos receptores de serotonina 5-HT1A e 5-HT2A, em pacientes deprimidos que tentaram o suicídio e em um grupo controle sem doença psiquiátrica. O trabalho foi desenvolvido utilizando-se um banco de DNA de pacientes deprimidos internados no Hospital de Pronto Socorro por tentativa de suicídio. Para o grupo controle, foram utilizados indivíduos sem diagnostico psiquiátrico, selecionados entre funcionários do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A análise molecular do receptor 5-HT1A foi realizada através da técnica de PCR-ARMS, e para o receptor 5-HT2A foi utilizada a técnica de PCR-RFLP. Os pacientes com pelo menos uma cópia do alelo G do receptor de serotonina 5-HT1A, apresentaram maior suscetibilidade à tentativa de suicídio do que os pacientes que não apresentaram o alelo G (P=0.029). Além disso, esse efeito foi associado com a amostra masculina (P=0.007). Os resultados dos testes para o receptor 5-HT2A indicaram uma associação do genótipo CC com o grupo controle (P= 0,046). Os testes para verificar a influencia desse polimorfismo em relação ao gênero também não foram significativos (P=0,224 e P=0,183). Baseado nos resultados pode-se corroborar a hipótese de que, para os receptores 5-HT1A, a presença do alelo G pode influenciar a atividade serotoninérgica nos homens. Assim, o alelo G torna-se um possível fator de suscetibilidade para o sexo masculino, somando as condições biológicas, ambientais e comportamentais, podendo resultar em uma maior vulnerabilidade ao comportamento suicida. Para os receptores 5-HT2A, os resultados não foram significativos, indicando que a presença do alelo polimórfico C não oferece suscetibilidade para essa amostra de pacientes depressivos com tentativa de suicídio.

ASSUNTO(S)

depressão tentativa de suicídio polimorfismo genético receptor 5-ht1a de serotonina receptor 5-ht2a de serotonina

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