Analise de ligação e associação em familias com epilepsia mioclonica juvenil e outras formas de epilepsia generalizada idiopatica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

As epilepsias generalizadas idiopáticas (EGI) perfazem aproximadamente 50% de todas as epilepsias e possuem em sua etiologia fatores genéticos envolvidos. A epilepsia mioclônica juvenil (EMJ), uma das formas mais comuns de EGI, foi a primeira síndrome epiléptica a ter um locus mapeado, em 1988 e, desde então, vários estudos foram realizados mas a localização de um ou mais loci para a EMJ e outras formas de EGI permanece ainda uma questão aberta e muito atual. o objetivo deste projeto foi mapear loci envolvidos na predisposição para a EMJ e outras formas de EGI por estudos de ligação e associação em pacientes brasileiros. Os estudos de ligação foram realizados utilizando-se seis famílias não relacionadas, com pelo menos dois pacientes com EGI, sendo o probando com EMJ. Para os estudos de associação foram utilizados 44 pacientes com EMJ, não relacionados e, como grupo controle, 63 indivíduos sem história pessoal ou familiarde epilepsia. Para ambos os estudos foram genotipados oito marcadores microssatélites nas regiões cromossômicas 6p21 e 6p12 e quatro marcadores que flanqueassem o locus 5q34. Para o estudo de ligação foram realizadas as análises de dois pontos e de múltiplos pontos com o aplicativo LINKAGE. Para a análise de associação foram utilizados os testes Qui-quadrado e exato de Fisher, quando indicado, e o cálculo de odds ratio com intervalo de confiança de 95%. Também foi realizada uma pesquisa direta de mutação do exon 9 do gene GABRA1, localizado em 5q34, pela análise de SSCP em 71 pacientes e 82 controles e subseqüentemente foi realizado seqüenciamento das variantes encontradas. Os nossos resultados do estudo de ligação não evidenciaram a presença de um gene principal nas regiões 6p21, 6p12 ou 5q34. No entanto, a análise de associação demonstrou a possível presença de genes de suscetibilidade (menor efeito) ou genes modificadores, nos pacientes com EMJ estudados, nas três regiões. A análise de mutação do exon 9 do gene GARRA] não revelou qualquer variante potencialmente patológica. Em conclusão, os nossos dados vêm contribuir para o melhor entendimento da EMJ e das EGI em geral, reforçando o conceito de doenças complexas, nas quais existe possivelmente uma herança poligênica e a presença de heterogeneidade genética

ASSUNTO(S)

mutação (biologia) genetica neurociencias

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