Análise de >100.000 Cirurgias Cardiovasculares Realizadas no Instituto do Coração e a Nova Era com Foco nos Resultados

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo Fundamento: O desafio atual da cirurgia cardiovascular (CCV) é melhorar resultados em pacientes cada vez mais graves. Nesse sentido, Programas de Melhoria Contínua da Qualidade (PMCQ) tem impactado os resultados. Objetivo: Avaliar a evolução da incidência e mortalidade das CCV, assim como os resultados atuais do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). Métodos: Análise dos resultados das CCV realizadas no InCor entre jan-1984 e jun-2019. Foram observadas as tendências dos volumes cirúrgicos e da mortalidade em 5 períodos 1º (1984-1989), 2º (1990-1999), 3º (2000-2007), 4º (2008-2015) e 5º (2016-2019). O PMCQ foi estabelecido entre 2015-2016. A análise incluiu o total de cirurgias e a evolução dos procedimentos mais frequentes. Resultados: Foram realizadas 105.599 CCV, com uma média anual de 2.964 procedimentos e mortalidade de 5,63%. Comparando o 4º com o 5º período, o volume global médio de cirurgias foi de 2.943 para 3.139 (p = 0,368), cirurgias de revascularização miocárdica (CRM) de 638 para 597 (p = 0,214), valvas cardíacas de 372 para 465 (p = 0,201) e cardiopatias congênitas de 530 para 615 (p = 0,125). A mortalidade média global passou de 7,8% para 5% (p < 0,0001), nas cirurgias de revascularização miocárdica de 5,8% para 3,1% (p < 0,0001), nas cirurgias valvares de 14% para 7,5% (p < 0,0001) e nas cirurgias de cardiopatias congênitas de 12,1% para 9,6% (p < 0,0001). Conclusão: Embora haja uma tendência recente ao aumento dos volumes cirúrgicos, houve uma diminuição significativa da mortalidade cirúrgica nos grupos analisados. Após o estabelecimento do PMCQ, as taxas de mortalidade se aproximaram a dos padrões internacionais.

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