Análise das variáveis contextuais na avaliação dos maus-tratos infantis a partir da realidade de uma urgência pediátrica

AUTOR(ES)
FONTE

J. Pediatr. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

Resumo Objetivo: Este artigo apresenta uma casuística de modalidades de maus-tratos numa urgência pediátrica (UP) de um hospital público na área metropolitana de Lisboa e uma caracterização multifatorial da violência física e violência sexual. Os objetivos são: 1) discutir a importância de variáveis sociais e familiares na configuração de ambos; 2) mostrar como violência física e violência sexual apresentam subtipos e diversidade interna. Métodos: Fez-se uma análise estatística de uma base de dados (1.063 registos de maus-tratos infantis, entre 2004-2013). Usou-se o formulário aplicado a casos com suspeita de maus-tratos, com dados sobre a criança, família, episódio de maus-tratos, agressor, história médica e observação clínica. Foi feita uma análise fatorial de correspondências múltiplas para identificar padrões de associação entre variáveis sociais e violência, física e sexual, bem como sua diversidade interna. Resultados: A prevalência de maus-tratos nessa UP foi de 0,6%. Predominam a violência física (69,4%) e a violência sexual (39,3%). Perfis exploratórios desses tipos foram construídos. Quanto à violência física, o sexo do agressor estrutura a primeira dimensão diferenciadora; sexo e grupo etário da vítima estruturam a segunda. No caso da violência sexual, a idade do agressor e corresidência com ele estruturam a primeira dimensão; idade e sexo das vítimas organizam a segunda dimensão. Conclusão: Identificaram-se padrões de associação entre vítimas, contextos familiares e agressores. É necessário alertar os clínicos para a importância das variáveis sociais nas múltiplas faces que os maus-tratos assumem.

ASSUNTO(S)

violência física violência sexual crianças portugal urgência hospitalar

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