Análise das variáveis contextuais na avaliação dos maus-tratos infantis a partir da realidade de uma urgência pediátrica
AUTOR(ES)
Almeida, Ana Nunes de, Ramos, Vasco, Almeida, Helena Nunes de, Escobar, Carlos Gil, Garcia, Catarina
FONTE
J. Pediatr. (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-08
RESUMO
Resumo Objetivo: Este artigo apresenta uma casuística de modalidades de maus-tratos numa urgência pediátrica (UP) de um hospital público na área metropolitana de Lisboa e uma caracterização multifatorial da violência física e violência sexual. Os objetivos são: 1) discutir a importância de variáveis sociais e familiares na configuração de ambos; 2) mostrar como violência física e violência sexual apresentam subtipos e diversidade interna. Métodos: Fez-se uma análise estatística de uma base de dados (1.063 registos de maus-tratos infantis, entre 2004-2013). Usou-se o formulário aplicado a casos com suspeita de maus-tratos, com dados sobre a criança, família, episódio de maus-tratos, agressor, história médica e observação clínica. Foi feita uma análise fatorial de correspondências múltiplas para identificar padrões de associação entre variáveis sociais e violência, física e sexual, bem como sua diversidade interna. Resultados: A prevalência de maus-tratos nessa UP foi de 0,6%. Predominam a violência física (69,4%) e a violência sexual (39,3%). Perfis exploratórios desses tipos foram construídos. Quanto à violência física, o sexo do agressor estrutura a primeira dimensão diferenciadora; sexo e grupo etário da vítima estruturam a segunda. No caso da violência sexual, a idade do agressor e corresidência com ele estruturam a primeira dimensão; idade e sexo das vítimas organizam a segunda dimensão. Conclusão: Identificaram-se padrões de associação entre vítimas, contextos familiares e agressores. É necessário alertar os clínicos para a importância das variáveis sociais nas múltiplas faces que os maus-tratos assumem.
ASSUNTO(S)
violência física violência sexual crianças portugal urgência hospitalar
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