Analise da variação intra-especifica em linhagens brasileiras de Schistosoma mansoni (Sambon, 1907) atraves de RAPD-PCR e RAP-PCR
AUTOR(ES)
Claudia Moura de Melo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Resumo: Variações fenotípicas intra e inter-populacionais de Schistosoma mansoni ocorrem em várias áreas geográficas. A heterogeneidade genética do parasita contribui para a observada variação fenotípica na interação parasita-hospedeiro, desempenhando um importante papel na epidemiologia da doença. A diferença fenotípica mais estudada, no entanto, é a resposta a quimioterapia, visto que ela é bastante relevante para o controle da esquistossomose. Com o objetivo de observar e avaliar a variabilidade genética entre linhagens brasileiras com características distintas e inferir relações filogenéticas entre elas, o DNA foi isolado de um " pool " de vermes das linhagens BH, SJ1, SJ2, 000, LE e MAP. O RAPD foi processado com 5 iniciadores com seqüências de nucleotídeos aleatórias. O RAP-PCR , por sua vez, foi realizado com o intuito de observar a variabilidade em regiões codificadoras do genoma. Os dois métodos se mostraram capazes de distinguir linhagens gerando marcadores moleculares intra-específicos. Um desses marcadores foi seqüenciado e mostrou alta homologia de nucleotídeo (99%) com uma sequência humana e 89% com gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase humana, proteína já correlacionada com a indução de resistência a reinfecção com S. mansoni e S. haematobium. O marcador G400-9 mostrou alta homologia de nuc1eotídeo, confirmada pela alta homologia de aminoácido com transposase de TNIO. Outro marcador sequenciado foi o CBH300-IO que apresentou alta homologia de nucleotídeo com o gene do ribossomo 28S. Outros marcadores interessantes foram observados na linhagem tolerante 000: 0uh250-IO e 0uh200-II, com os iniciadores RdIO (GGGTAACGCC) e RdII (GTGACTGCAG). Não detectamos marcadores específicos para a linhagem MAP, resistente ao oxamniquine, e sim um perfil eletroforético distinto com o iniciador Rd7 (TGCCGAGCTG). Na construção de árvores filogenéticas Neighbor-joining, quando foram inferidas as áreas geográficas das linhagens, obteve-se um dendograma formado por dois grupos distintos, um de linhagens paulistas e outro de mineiras. O dendograma obtido quando inferiu-se o tipo de hospedeiro intermediário revelou a formação de 3 grupos. A linhagem LE, mantida em laboratório sem retro-alimentação, pertence a um grupo externo bastante diferente dos demais. As linhagens BH, SJ1 e SJ2 foram agrupadas entre si, possivelmente em função do fluxo gênico existente entre elas, e a linhagem 000 foi estabelecida em um terceiro grupo. Estes dois últimos grupos (um formado pelas linhagens BH, SJ1 e SJ2, e outro pela linhagem 000), com linhagens de manutenção recente em laboratório ou com retroalimentação, são mais relacionadas entre si que com a LE. Acreditamos que a maior distância genética desta linhagem em relação as outras se deva a sua longa manutenção em laboratório com fixação de determinados alelos. As relações filogenéticas observadas nas árvores Neighborjoining corroboram as características fenotípicas distintas das linhagens e estas podem ser distinguidas e diagnosticadas por marcadores moleculares obtidos por RAPD e RAP-PCR
ASSUNTO(S)
polimorfismo (genetica) schistosoma mansoni
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000231048Documentos Relacionados
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